Dados do Trabalho
Título
ANALISE DE PARATIREOIDECTOMIA NOS ULTIMOS 10 ANOS E TAXAS DE HIPOPARATIREOIDISMO
Introdução
Introdução: A Doença Renal Crônica tem como complicação o Hiperparatireioidismo Secundário (HPTS). Em pacientes com PTH>800pg/mL e sinais de gravidade, há indicação de paratireoidectomia (PTX). Este trabalho objetivou-se a analisar dados de PTX e índices de hipoparatireoidismo (HP) de pacientes acompanhados em serviço terciário.
Material e Método
Material e Método: Coorte retrospectiva de pacientes com HPTS submetidos à PTX total com autoimplante ou subtotal, no período de 2010 a 2022, seguidos por 1 ano após o procedimento. HP foi definido como PTH<15pg/mL.
Resultados
Resultados: Foram avaliados 51 pacientes, idade 50±15anos, 50,9% do sexo feminino, 80% realizavam hemodiálise (HD) e 20% eram transplantados renais (TXR). A principal doença de base foi glomerulopatia (24%), seguida de causa indeterminada (22%), HAS (16%) e causas obstrutivas (16%). PTX total com auto implante ocorreu em 80% pacientes. O tempo para PTX foi 92 (47–126)meses. Nos pacientes em HD, a idade foi 48±15anos, PTH pré procedimento foi 1875,6±636,3pg/mL, fosfatase alcalina (FA) 507 (257-929) U/L, cálcio (Ca) 9,5±1,1mg/dL e fósforo (P) 5,7±1,7 mg/dL. Nos TXR, a idade foi 52±15anos, PTH 578±609pg/mL, FA 93 (68-220) U/L, Ca 11±1mg/dL e P 2,9±0,8mg/dL. Após um ano, pacientes em HD apresentavam P 4,9±1,8mg/dL, FA 105 (74,5-1389)U/L, PTH 44 (18,9-161)pg/mL e Ca 9,2±1,6mg/dL. Os TXR apresentavam P 3,3±0,6mg/dL, FA 63 (49-91)U/L, PTH 34,5 (16,1- 100,1)pg/mL e Ca 8,6±0,9mg/dL. Comparando pacientes em HD e TXR, houve diferença entre os níveis de PTH, Ca, P, FA pré e pós procedimento (p <0,05). Após um ano, 10 pacientes evoluíram para HP. Na análise univariada não houve diferença entre os grupos. Na regressão logística uni e multivariada, tempo até a PTX em meses (escala logarítmica) esteve associado à evolução para HP.
Discussão e Conclusões
Discussão e Conclusão: Estudos prévios mostram a importância da PTX em pacientes com HPTS. Entretanto, não há consenso sobre níveis de PTH ou HP após PTX. Estudos que avaliaram os níveis de PTH pós cirúrgico observaram que 50-60% dos pacientes não atingiram os alvos do KDIGO. Nosso estudo mostrou que 25% dos pacientes apresentaram HP e quanto menor tempo para a PTX, maior risco de HP. Tal achado pode ser justificado por serem pacientes graves, ainda que sem relação estatisticamente significativa com níveis de PTH e, portanto, priorizados na lista de PTX. Mais estudos são necessários para traçar um objetivo pós PTX, delineando os valores de PTH, Ca e P tanto para pacientes dialíticos quanto transplantados.
Palavras Chave
Doença Renal Crônica; Hiperparatireoidismo; Hipoparatireoidismo; Paratireoidectomia
Área
Nefrologia clínica
Instituições
UNESP - HCFMB - São Paulo - Brasil
Autores
CAMILLA TELECKI, ISABELLA PALUDETTI, WELDER ZAMONER, LUIS GUSTAVO MODELLI DE ANDRADE, PAMELA FALBO DOS REIS