Dados do Trabalho


Título

USO DE CETOACIDOS NO TRATAMENTO CONSERVADOR EM DRC ESTAGIO V: RELATO DE CASO EM PACIENTE COM DRC E NEOPLASIA

Relato do Caso

Introdução: O início da Terapia Renal Substitutiva (TRS) em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) estágio 5 sintomática é habitual, contudo, poucos dados são gerados a respeito do manejo com medidas conservadoras. Evidencia da importância do tratamento conservador (TC) com uso de cetoácidos em paciente DRC estágio 5 com necessidade de dieta normoproteica.
Materiais e Métodos: Relato de caso.
Resultados: Paciente feminina, 34 anos, portadora de Nefrite evoluiu com progressiva perda de função renal. Em 2020 já com clearence de creatinina de 13.9mL/min (uréia: 106mg/dL e creatinina de 3,7mg/dL) iniciou sintomatologia urêmica e perda de peso, momento que foram apresentadas opções de TRS sendo optado por Diálise Peritoneal. Diante da necessidade de ajustes para início e a recusa em realizar hemodiálise, foi optado por manter TC com uso cetoácido. A paciente se manteve durante 12 meses em tratamento com cetoácido com prescrição nutricional de 45,6kcal/kg/dia, em uso de suplemento hipercalórico e hipoproteico para assegurar oferta calórica e 0,36g/kg/dia de proteína e 0,3g/kg de cetoácido. Nesse período apresentou redução nos níveis de uréia e manteve creatinina estável. No 8 mês, a creatinina elevou-se para 5,0mg/dL, onde se manteve até o decimo segundo mês. Neste período não apresentou mais sintomas urêmicos e manteve peso estável. Em outubro de 2021 com diagnóstico de Carcinoma Papilífero de Tireoide e indicação de Tireoidectomia Total, no pré operatório o uso do cetoácido (0,3g/proteína/kg) foi associado a 0.6g de proteínas da alimentação, perfazendo uma dieta normoproteica, sem prejuízo a progressão da DRC ou manifestação de sintomas urêmicos. Foi necessário iniciar diálise no pós-operatório por hipercalemia associada ao uso de anticoagulante.
Discussão: Ao conduzir um paciente em TC o controle de volume e eletrolítico é de suma importância, no tratamento de sintomas urêmicos a tentativa de diminuir a geração de ureia, com o manejo dietético de cetoácidos, deve ser levantada como opção viável e de conforto para certos pacientes, podendo ser a chave do plano terapêutico.
Conclusão: O TC em paciente DRC estágio V precisa ser mais pensado como uma terceira opção terapêutica para determinados pacientes, seja a longo ou curto prazo. Para tal é muito importante que o conhecimento de mecanismos que possam mitigar não só os distúrbios hidroeletrolíticos, como também o controle urêmico.

Palavras Chave

Cetoácido; Doença Renal Crônica; Ceto-análogo; Uremia; Neoplasia

Área

Doença renal crônica

Instituições

Hospital Universitário Professor Edgar Santos - Bahia - Brasil

Autores

RUMY KATAYOSE DE ALMEIDA LAGO LOPES, NATÁLIA LIMA WASH TINÔCO, DANIELLE DARRIEUX SARZERA, MARIA HELENA LIMA GUSMÃO, MARCO ANTONIO SANTOS SILVEIRA, KATHERINE QUADROS BRITO