Dados do Trabalho


Título

EVENTOS TROMBOTICOS NO PACIENTE RENAL CRONICO COM SHUA: O IMPACTO PARA O NEFROLOGISTA.

Introdução

A síndrome hemolítico-urêmica atípica (SHUa) é uma doença sistêmica rara caracterizada pela tríade de trombocitopenia, anemia microangiopática e injúria renal aguda. Pode ser secundária à medicações, transplante, gravidez, genética e idiopática. Culminando com desregulação do sistema complemento, induz ao aumento da permeabilidade vascular, destruindo o endotélio de arteríolas e capilares, afetando diversos órgãos, incluindo os rins. Pode acarretar eventos trombóticos graves, como trombose venosa e acidente vascular cerebral.

Material e Método

Realizada pesquisa em bases como PubMed e Scielo, entre os anos 2018 a 2021, com as palavras-chave: Doença Renal Crônica, Síndrome Hemolítico Urêmica, Diálise e Fístula arteriovenosa. Foram selecionados 5 artigos.

Resultados

O acometimento renal na SHUa pode evoluir para doença renal terminal, necessitando de terapia renal substitutiva (TRS). Pelo Censo Brasileiro de Diálise de 2020, mais de 90% dos pacientes renais crônicos realizam hemodiálise como TRS. O acesso vascular é primordial, sendo a fístula arterio-venosa (FAV) a primeira escolha. Na SHUa eventos trombóticos são comuns, podendo acometer FAVs e prejudicando a terapia dialítica.

Discussão e Conclusões

A SHUa apresenta maior risco de eventos trombóticos, prejudicando o acesso vascular para hemodiálise. Este é um evento agudo que interrompe o tratamento, com risco elevado na presença de outros fatores, como a localização do acesso e diabetes mellitus. Para a confecção de novos acessos é necessária uma equipe cirúrgica, por vezes com assistência de fluoroscopia, demandando altos custos. Apesar da FAV ser o método com menor taxa de complicações infecciosas e não infecciosas, a presença de estenoses por hiperplasia da camada íntima, causam baixo fluxo e trombose do acesso. O tratamento é realizado por trombectomia ou trombólise, seguido de angioplastia. No Brasil, esses procedimentos são limitados a grandes centros, resultando em implante de cateter central até a confecção de novo acesso, com maior morbidade.
O acesso vascular é vital para o paciente hemodialítico. Eventos que evoluem com prejuízo à esses acessos, seja FAV ou cateteres de longa permanência, devem ser acompanhados pela equipe multidisciplinar. Medidas profiláticas, como orientação do peso inter-dialítico, cuidados com a FAV, adequação da dose de heparina e individualização do uso de anticoagulantes orais, devem ser implementadas na busca pela maior longevidade do acesso.

Palavras Chave

Doença renal crônica, síndrome hemolítico urêmica, diálise, trombose, FAV, TRS.

Área

Doença renal crônica

Instituições

Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP - São Paulo - Brasil

Autores

MARIANA PEREIRA DOLES, LIV MATHIAS MOREIRA, MARIANA GALLI HAMAMOTO, VANESSA CICCILINI GUERRA MOCHIUTI