Dados do Trabalho

Título

Perfil socioeconômico dos pacientes dialíticos em uma clínica no interior de São Paulo

Introdução

A Doença Renal Crônica (DRC), cursando com a perda gradativa e irreversível da função renal, tem nas suas principais etiologias a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM). A ausência de acompanhamento médico adequado pode resultar em complicações cardiovasculares graves e culminar com a necessidade de tratamento dialítico. Tratando-se de importante questão de saúde pública, a DRC e o perfil socioeconômico dos pacientes em hemodiálise demonstram fortemente uma relação direta e inversa.

Material e Método

O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil socioeconômico dos pacientes dialíticos em uma clínica de diálise, a fim de compreender a relação da baixa escolaridade e situação socioeconômica desses indivíduos com a prevalência da DRC. Foi realizada entrevista com 160 pacientes, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e as respostas foram tabeladas e analisadas estatisticamente.

Resultados

A análise dos dados resultou que dentre os pacientes avaliados, a maioria é do sexo biológico masculino, com o percentual de 60,6%. Em relação à renda familiar, constatou-se que 28,7% dos pacientes apresentam renda de até 1 salário mínimo (R$ 1.302,00), 26,8% possuem renda de até 2 salários mínimos (R$ 2.604,00), 18,1% apresentam renda de até 3 salários mínimos (R$ 3.906,00), e 12,5% dos participantes recebem de 4 a 7 salários mínimos (acima de R$ 5.208,00). Na avaliação sobre o número de habitantes por residência, observou-se 48,7% moram com até mais um membro, enquanto a porcentagem de residências com 3 membros é de 18,1%, e diminui para 12,5% quando o número de membros varia de 5 a 7 pessoas. Sobre o atendimento do serviço de saúde e a escolaridade, apenas 133 participantes se dispuseram a responder. No primeiro, 76,1% deles utilizam exclusivamente o Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto somente 23,9% plano de saúde particular. Já em relação à escolaridade, 49,3% cursaram o ensino fundamental incompleto, 10% cursaram o ensino médio completo, e 8,1% não foram alfabetizados.

Discussão e Conclusões

Com os resultados obtidos foi possível traçar um perfil dos pacientes atendidos em nossa unidade de diálise. Os dados foram ao encontro do relatado na literatura, mas que ainda é escassa em relação ao doente renal e necessita de maiores estudos, para relacionar à baixa escolaridade e nível socioeconômico ao desenvolvimento de doenças crônicas, como a DRC.

Palavras Chave

perfil socioeconômico; doença renal crônica; diálise