Dados do Trabalho


Título

TITULO: ESPONDILODISCITE PIOGENICA EM PACIENTES COM FAV INTEGRA: RELATO DE CASO

Relato do Caso

INTRODUÇÃO: A espondilodiscite piogênica (EP) é uma infecção grave dos discos vertebrais, com alta morbimortalidade e ocorre mais comumente em indivíduos imunocomprometidos e em casos de infecção ativa. Os agentes etiológicos principais são o Staphylococcus aureus e estreptococos, por disseminação hematogênica. O diagnóstico envolve a combinação de manifestações clínicas, laboratoriais e radiológicas. É uma doença de tratamento caro, necessita de internação hospitalar e uso de antibióticos parenterais por longos períodos, investigações diagnósticas invasivas e por vezes, tratamento cirúrgico. MATERIAL E MÉTODO: Relato de caso de uma clínica de diálise do interior de São Paulo e revisão bibliográfica de artigos publicados na plataforma PubMed. RESULTADOS: Paciente feminina, 62 anos, com doença renal crônica hipertensiva em hemodiálise há 3 anos. Iniciou quadro agudo de lombalgia intensa, sem trauma prévio e com baixa resposta a analgésicos e opioides, evoluindo em poucos dias com paresia de membros inferiores, sem conseguir deambular. Realizada ressonância magnética de coluna lombar: alterações degenerativas na coluna lombar com acentuada discopatia em L5-S1 (disco acentuadamente adelgaçado, marcado hipossinal T2, por processo degenerativo). A paciente realizava sessões de hemodiálise por FAV proximal em membro superior esquerdo, sem sinais flogísticos e seu último cateter central havia sido retirado 55 dias antes do início do quadro álgico. Iniciou-se antibioticoterapia com vancomicina e amicacina e coleta de 2 amostras de hemoculturas, ambas negativas. Iniciado o tratamento clínico, a paciente não teve melhora do quadro álgico, apresentando níveis crescentes de proteína C reativa (PCR). Após 10 dias de terapia, evoluiu com choque séptico, sendo optado por intervenção cirúrgica e troca para meropenem e vancomicina. Completou 28 dias do novo esquema, com melhora da dor, mas manutenção da dificuldade de deambulação, recebendo alta hospitalar com indicação de fisioterapia motora domiciliar. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: O quadro clínico inicial da EP pode se apresentar de forma inespecífica, atrasando o diagnóstico e piorando o prognóstico. No paciente em hemodiálise, é comum investigar em caso de uso ativo de acesso central. Contudo, a FAV deve ser considerada como importante fator para seu desenvolvimento, mesmo não apresentando sinais clínicos de infecção ativa. É importante sua prevenção, com esterilização adequada dos equipamentos e técnicas de higiene pessoal.

Palavras Chave

Espondilodiscite piogênica; infecção de fístula arteriovenosa; doença renal crônica

Área

Doença renal crônica

Instituições

Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) - São Paulo - Brasil

Autores

MARCELLA EDUARDA SOUZA BARBOSA, MARIANA GALLI HAMAMOTO, ESTER AVELINO DE SOUZA, VANESSA CICCILINI GUERRA MOCHIUTI