Dados do Trabalho

Título

SÍNDROME DE LERICHE EM PACIENTE RENAL CRÔNICO DIALÍTICO E A DIFICULDADE DO DIAGNÓSTICO: RELATO DE CASO

Relato do Caso

INTRODUÇÃO: A síndrome de Leriche é caracterizada por aterosclerose importante que afeta a aorta, artérias ilíacas e vasos femoro-poplíteos, sendo relacionada com a doença arterial coronariana. Manifesta-se pela tríade de claudicação intermitente, impotência sexual e pulso femoral reduzido ou abolido. O paciente renal crônico, caracterizado por alto risco cardiovascular, está sujeito a esse acometimento. Contudo, devido à doença renal, a tríade clássica pode ser de difícil caracterização.
RELATO DE CASO: Masculino, 66 anos, renal crônico dialíticor etiologia hipertensiva, alta carga tabágica e portador de doença arterial obstrutiva periférica. Iniciou com lesão em pé direito, ulcerada, de evolução gradativa de tamanho, dor de forte intensidade, sem melhora com uso opioides e antibióticos. Após 2 semanas, evoluiu com lesão em pé esquerdo, de mesmas características. Apresentava claudicação intermitente para 300 metros, além de impotência sexual, que relatava já apresentar há mais de 1 ano. Pulsos pediosos e poplíteos ausentes bilateralmente. Realizado USG de membros inferiores: placas ateromatosas calcificadas nas artérias aorta e ilíacas, sinais de estenose em artéria femoral comum e oclusão das artérias femoral superficial e tibial posterior bilateral. Realizada arteriografia, com evidência de oclusão e suboclusão de artéria da femoral, e importante estenose em artéria ilíaca externa, em membro inferior esquerdo. O membro contralateral apresentava importante estenose de artéria ilíaca comum, irregularidades de artérias femorais e oclusão na transição das artérias femorais e poplítea. Optado por angioplastia com stent nas artérias poplítea e femorais, sem sucesso. Houve a mesma tentativa em artéria ilíaca esquerda, com bom resultado. Realizado colocação de stent em artéria ilíaca comum direita, com sucesso. Após a abordagem cirúrgica, o paciente apresentou piora do quadro clínico, evoluindo com choque séptico, sendo optado por realizar a desarticulação de joelho direito. Após 4 dias da amputação, evoluiu a óbito.
CONCLUSÃO: O doente renal crônico dialítico apresenta maior predisposição às doenças arteriais, podendo dificultar a identificação de quadros característicos, como a Síndrome de Leriche. Sendo relacionada à grande morbi-mortalidade, principalmente devido à quadros sépticos, é importante que toda queixa sugestiva de oclusão arterial seja investigada precocemente, contribuindo para melhor controle da evolução da doença.

Palavras Chave

Síndrome de Leriche; Doença Renal Crônica; Diálise; Doença Arterial Obstrutiva Periférica; Doença Arterial