Dados do Trabalho


Título

TERAPIA COM CELULAS-TRONCO MESENQUIMAIS DA MEDULA OSSEA EM ASSOCIAÇAO A ABORDAGEM CONVENCIONAL COMO ESTRATEGIA PARA PRESERVAÇAO DA ESTRUTURA E FUNÇAO DE PODOCITOS NA DOENÇA RENAL DIABETICA

Introdução

A doença renal diabética é uma das complicações do Diabetes Mellitus e é caracterizada pela perda da função renal e proteinúria progressivas. A hiperglicemia crônica e ação da angiotensina II promovem o estresse oxidativo no podócito, afetando sua arquitetura e função. A ativação de vias pela angiotensina II causa a reorganização do citoesqueleto dessas células através da diminuição de proteína regulatórias, como a sinaptopodina, e do aumento do influxo de cálcio intracelular pelo canal catiônico potencial de receptor transitório, subfamília C, membro 6 (TRPC6). A terapia atual apresenta a capacidade de retardar e reduzir a progressão da doença, porém são necessárias abordagens complementares, tal como a terapia com células-tronco mesenquimais, que visem à reparação e regeneração das estruturas danificadas.

Material e Método

Usamos o camundongo BTBRob/ob, um modelo de knockout de leptina de diabetes tipo 2 que desenvolve características-chave da doença renal diabética humana avançada, como hiperglicemia, proteinúria progressiva, hipertrofia glomerular e acúmulo de matriz mesangial. Nele avaliamos o efeito da terapia medicamentosa com inibidor do cotransportador de sódio e glicose 2 Empagliflozina na dose de 25 mg/kg, restrição calórica, e administração de células-tronco mesenquimais da medula óssea por via intraperitoneal.

Resultados

Obtivemos redução da glicemia capilar de jejum com a terapia combinada (197 ± 66 mg/dL) em comparação à monoterapia com a medicação (343 ± 72 mg/dL) e ao grupo sem intervenção (464 ± 104 mg/dL) (p<0,05), além de diminuição da progressão da expansão mesangial (redução de 13% vs BTBRob/ob). Ademais, neste modelo também observamos que essa abordagem indica o aumento da expressão gênica de ECA2 (2,73 ± 1,25 fold change vs BTBRob/ob) (p<0,05) e de sinaptopodina (1,88 ± 0,85 fold change vs BTBRob/ob) (p<0,05), e a redução do canal TRPC6 (0,89 ± 0,27 fold change vs BTBRob/ob).

Discussão e Conclusões

A terapia combinada da medicação, restrição calórica e células-tronco mesenquimais é mais efetiva para o controle glicêmico e para a diminuição dos efeitos deletérios da angiotensina II. Portanto, estratégia terapêutica da associação da terapia convencional a células-tronco mesenquimais apresenta maior potencial renoprotetor, com preservação da estrutura e função de podócitos.

Palavras Chave

Doença renal diabética, terapia celular, angiotensina

Área

Doença renal crônica

Instituições

Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

STEPHANY BEYERSTEDT, MARCELLA LICIANI FRANCO, ALANAH KELLY GONÇALVES CARLOS, ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL