Dados do Trabalho


Título

ANALISE DOS FATORES RELACIONADOS A NAO DOAÇAO DE ORGAOS E TECIDOS DE POTENCIAIS DOADORES DE ORGAOS EM ORGANIZAÇAO DE PROCURA DE ORGAOS (OPO) DO INTERIOR DE SAO PAULO

Introdução

O Brasil é referência mundial em transplantes e conta com o maior sistema público do mundo neste tipo de terapêutica. Para aumentar a oferta de órgãos e tecidos é preciso ampliar o número de doações, através do diagnóstico precoce de pacientes que evoluem com morte encefálica (ME), deve-se seguir o rigor do processo de diagnóstico da ME, de acordo com a legislação vigente e, em seguida, solicitar a autorização da família ou do responsável legal, sendo essa uma decisão difícil e complexa, que contribui para o não consentimento.

Material e Método

Estudo retrospectivo, quantitativo e descritivo, com 51 potenciais doadores (PD) de órgãos, com dados obtidos através de prontuários da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília, no período de 01/01/2023 a 31/03/2023. Analisar os motivos de não doação em pacientes PD de órgãos e tecidos na OPO de Marília, estado de São Paulo, no primeiro trimestre de 2023.

Resultados

Em nosso cenário de 51 PD, 19 foram contraindicados por eventos clínicos diversos, 12 tiveram parada cardiorrespiratória (PCR) antes da conclusão do protocolo de ME, 3 tiveram PCR após conclusão de protocolo de ME. Restaram 17 PD, sendo 10 efetivados para doação de órgãos e tecidos e 7 recusados por familiares em entrevista. Todas as entrevistas familiares foram feitas por profissionais treinados para tal. Dentre os principais motivos para não doação destacam-se recusa familiar por desconhecimento do protocolo de ME e processo de doação de órgãos e tecidos.

Discussão e Conclusões

Nesta seara ainda temos muito a crescer, analisando os motivos de recusa familiar sendo este o principal fator para não doação. Determinar a dinâmica do processo de diagnóstico de ME e como os familiares foram esclarecidos da condição de seus entes queridos pode elucidar falhas no processo assistencial. A abordagem baseada no acolhimento, de forma respeitosa e esclarecedora é essencial para o aumento das taxas de doação de órgãos e a diminuição das filas de espera. É positiva a relação entre entender o diagnóstico e aceitar a doação. As famílias que compreendem, aceitam doar abreviando a dor e a espera de um milagre, facilitando o processo. O direito da família à informação deve ser assegurado, transmitindo veracidade sobre o diagnóstico de ME, possibilitando a aceitação.

Palavras Chave

Doação de Órgãos; Morte Encefálica; Família.

Área

Transplante

Instituições

UNIVERSIDADE DE MARÍLIA UNIMAR - São Paulo - Brasil

Autores

BIANCA LAVAGNINI FERNANDES DA SILVA, FRANCISCO ANTONIO SERGI FILHO