Dados do Trabalho
Título
SINDROME HEPATORRENAL TIPO 2 E O CONTROLE CLINICO E DIALITICO ATE O TRANSPLANTE HEPATICO: RELATO DE CASO
Relato do Caso
INTRODUÇÃO: A Síndrome Hepatorrenal (SHR) é uma complicação grave do paciente com doença hepática avançada, com alta mortalidade. Caracterizada em 2 subtipos: SHR tipo 1 (AKI-SHR), de maior prevalência e gravidade, e SHR tipo 2(CKD-SHR), de evolução mais lenta da disfunção renal. Pode ser necessário o início de terapia renal substitutiva (TRS) na ausência de resposta ao tratamento clínico. O tratamento definitivo é o transplante hepático, cabendo também ao nefrologista a manutenção da estabilidade clínica até o momento da cirurgia.
RELATO DE CASO: Masculino, 58 anos, sem seguimento médico prévio, internado devido anasarca e icterícia. Etilista ativo de longa data, realizado diagnóstico de cirrose hepática de etiologia alcoólica e iniciado manejo clínico. A ultrassonografia de abdome mostrou fígado com aparente aumento de lobo esquerdo e caudado, ecotextura difusamente heterogênea, sugestivo de hepatopatia parenquimatosa crônica; os rins apresentavam-se sem alterações. Evoluiu com piora progressiva da função renal e anasarca, sendo necessário início de TRS. Realizando sessões 3 vezes por semana, por permcath em veia jugular interna direita (VJID). Apresentando baixa tolerância à hemodiálise intermitente convencional, com episódios de hipotensão, e ultrafiltração inadequada. Evoluiu com melhora da hipervolemia inicialmente, mas mantendo recaídas da ascite volumosa, com necessidade frequente de paracentese. Em uso de furosemida e espironolactona, doses mínimas, por mal tolerância devido a níveis pressóricos. Após 3 meses do início do quadro, apresentou episódio de hemorragia digestiva alta e diagnóstico de úlcera gástrica pela endoscopia digestiva, necessitando de transfusão de 4 concentrados de hemácias. Apresentando-se clinicamente estável, mas sem sucesso no controle efetivo da volemia, com icterícia grave (bilirrubina total 23,7mg/dL e direta 14,3mg/dL) e alterações hepáticas (albumina 2,5g/dL, gama GT 1.969 U/L, INR 2,06). Completados 6 meses em abstinência alcoólica, aguarda transplante hepático.
CONCLUSÃO: Com o avançar da doença hepática, os mecanismos compensatórios se tornam ineficazes, levando à hipotensão de difícil controle que reflete em hipotensão intradialítica, o que impede a ultrafiltração adequada e a regulação do volume extracelular. Logo, é evidente que o manejo clínico da SHR é um desafio que somado ao tempo de espera na fila para a realização do transplante hepático (tratamento definitivo) contribuí para a alta mortalidade da doença
Palavras Chave
Síndrome hepatorrenal, Injúria Renal Aguda, Cirrose Hepática, Transplante Hepático.
Área
Injúria renal aguda
Instituições
UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - UNAERP - São Paulo - Brasil
Autores
WARLEN REZENDE SILVA, CAIQUE YOSHI ISHIZUKA NASCIMENTO, GLEBERTON OLIVEIRA MELO, PEDRO MOTTA FILHO, VANESSA CICCILINI GUERRA MOCHIUTI