Dados do Trabalho

Título

USO DE SUPORTE EXTRACORPÓREO RENAL E HEPÁTICO NA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA: SÉRIE DE CASOS RELATANDO A EXPERIÊNCIA DE CENTRO UNICO AO LONGO DE 5 ANOS

Introdução

A insuficiência hepática aguda grave está associada a alta mortalidade. Embora o transplante hepático seja uma opção de tratamento viável, a maioria destes pacientes morre na lista de espera devido às complicações decorrentes da doença. Nesse contexto, dispositivos extracorpóreos de suporte hepático podem funcionar como ponte até o transplante. Temos como objetivo relatar série de casos de insuficiência hepática aguda na qual foi implementada terapia extracorpórea com o sistema de recirculação de adsorventes (MARS) associado a CVVHDF no período de novembro de 2018 a maio de 2023.

Material e Método

Análise de prontuário e revisão bibliográfica.

Resultados

No período supracitado, 9 pacientes admitidos em UTI sob o diagnóstico de insuficiência hepática aguda grave foram submetidos a suporte hepático extracorpóreo pelo método PRISMARS. Todos receberam suporte renal contínuo, iniciado antes ou no mesmo momento. Foram 6 mulheres e 3 homens, com média de idade entre 21 e 59 anos. 4 apresentaram IHAG sem etiologia definida, 1 sob a etiologia de hepatite B aguda, 1 por hepatite autoimune, 1 por reação idiossincrática à droga, 1 por disfunção 1ª de enxerto no 4o PO e 1 com posterior diagnóstico de doença de Wilson. Ao longo da evolução, 3 foram submetidos à hepatectomia total associada ao suporte hepático como tentativa de controle metabólico e inflamatório. O número de sessões da PRISMARS foi de 1 a 4, com duração de 6 a 8 horas, com fluxo sanguíneo médio de 150ml/min. Dos 9, 8 deles utilizavam doses altas de aminas e 3 destes tiveram uma redução de dose nas 24h pós terapia, que variou de 30 a 57%. Em relação ao clareamento de bilirrubinas e lactato, houve redução dos valores pós sessão. Valores laboratoriais serão demonstrados nas tabelas comparativas. Dentre os casos, 4 pacientes submetidos à terapia com PRISMARS conseguiram realizar o transplante hepático e, em 2 deles, não houve óbito.

Discussão e Conclusões

A insuficiência hepática aguda representa condição grave e de difícil manejo. Com o objetivo de clarear toxinas que circulam ligadas a albumina e que se acumulam neste contexto, a terapia de suporte extracorpórea hepática vem sendo utilizada como ponte para o transplante. De forma semelhante a literatura, observamos redução dos níveis de bilirrubina e lactato, assim como melhora hemodinâmica em parte da nossa amostra. Estudos que comparem transplantabilidade e sobrevida destes pacientes com seus semelhantes não submetidos a esta terapia são necessários.

Palavras Chave

INSUFICIENCIA HEPÁTICA AGUDA; SUPORTE EXTRACORPÓREO RENAL E HEPÁTICO; PRISMARS

Área

Injúria renal aguda