Dados do Trabalho


Título

MAIOR INDICE DE QUALIDADE MUSCULAR E FATOR PROTETOR DE FRAGILIDADE EM PACIENTES COM DRC NAO DIALITICA

Introdução

A fragilidade está associada a piores desfechos em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC). A força de preensão manual (FPM) é um componente da fragilidade que avalia a função muscular. No entanto, a FPM isolada não avalia a qualidade muscular, que pode estar comprometida independente da quantidade de massa muscular esquelética (MME). O objetivo deste trabalho foi avaliar se o índice de qualidade muscular (IQM) está associado à fragilidade em pacientes com DRC não dialítica.

Material e Método

Trata-se de um estudo transversal derivado de uma coorte que avaliou indivíduos com DRC nos estágios 3b-5 em tratamento não dialítico, dos 18 aos 80 anos, e de ambos os sexos. Foram coletados peso e altura, e calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) em kg/m². A composição corporal foi avaliada por Bioimpedância (BIA) multifrequencial e octapolar. A fragilidade foi avaliada pelo fenótipo da fragilidade física, sendo considerados frágeis indivíduos que atingiram pontuação ≥3 dentre os cinco componentes de avaliação (perda de peso; FPM; lentidão da marcha; atividade física e exaustão). Para avaliação da qualidade muscular foram consideradas: a FPM medida por dinamômetro manual, e a MME do braço direito derivada da BIA. O cálculo do IQM foi obtido pela fórmula: FPM (kgf)/MME (kg). Os testes de regressão logística uni e multivariada foram utilizados para avaliar a associação entre IQM e fragilidade.

Resultados

Foram avaliados 69 pacientes, sendo que 56% eram homens, com média de idade de 57,5±13,1 anos, e média de IMC de 27,8±5,4 kg/m². Do total, 16% foram classificados com fragilidade e média do IQM de 18,2±4,5 kgf/kg. Pacientes vivendo com fragilidade apresentaram menores valores de ângulo de fase (p = 0,016), FPM (p = 0,035) e IQM (p=0,008) quando comparados aos pacientes não-frágeis. Na análise ajustada por idade, sexo, ângulo de fase e IMC, constatamos que o maior IQM foi fator protetor de fragilidade (OR: 0,78 IC95%: 0,640 0,942, p =0,01).

Discussão e Conclusões

A longo prazo, a DRC descompensada pode resultar no comprometimento da função física e anormalidades metabólicas. Neste estudo, o valor mais alto do IQM foi fator protetor para o desenvolvimento da fragilidade. Dessa forma, a avaliação do IQM faz-se necessária pela relevância do significado clínico e valor prognóstico.

Palavras Chave

doença renal crônica; fragilidade; qualidade muscular; força muscular.

Área

Doença renal crônica

Instituições

Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

SAMARA VIEIRA DE OLIVEIRA , HELLEN CHRISTINA NEVES RODRIGUES, VITÓRIA RODRIGUES MORAIS PRETO, MARIANA FERREIRA DOS SANTOS, NARA ALINE COSTA