Dados do Trabalho


Título

USO DO CUDYR-DIAL NA INSTRUMENTALIZAÇAO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AO HEMODIALITICO.

Introdução

A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública, de etiologia multifatorial. Caracteriza-se como insidiosa, progressiva e com perda irreversível de néfrons. O doente acometido apresenta diversas necessidades biopsicossociais, exigindo ampla assistência multiprofissional.

Material e Método

Trata-se de estudo transversal, descritivo, quantitativo, com amostra de 41 participantes portadores de DRC, entre 18 a 59 anos, sob tratamento hemodialítico, em um hospital público do Distrito Federal, entre setembro a outubro de 2022. Foi aplicado questionário socioeconômico e um instrumento validado (CUDYR-DIAL), para avaliar o grau de dependência e risco dos indivíduos, em relação aos cuidados hemodialíticos. Os dados coletados foram digitados no Microsoft Office Excel® 2016, para análise de medidas descritivas.

Resultados

Sexo masculino 68,29%, faixa etária de 41 a 59 anos 51,54%, raça parda 53,66%, nível de escolaridade prevalente: ensino fundamental 53,66%. Quanto ao deslocamento: 65,85% relataram demorar até 1 hora de sua residência para o centro de diálise. 90,24% informaram atualmente não exercer atividade remunerada, e 31,71% tendo como renda 1 salário mínimo. Dentre a amostra, 85,37% recebem algum auxílio governamental. Estilo de vida: 80,49% sedentários, 90,24% nega uso de bebida alcoólica, 87,80% nega tabagismo. Comorbidades predominantes: 85,37% hipertensão arterial, doenças metabólicas e anemia 63,41%, do trato urinário 34,15% e cardíacas 21,95%. 46,34% possuem como tempo de hemodiálise: 1 a 5 anos e 70,73% tiveram histórico de pelo menos 1 internação hospitalar recente. Tal população caracteriza-se com risco alto quanto aos cuidados assistenciais de saúde em hemodiálise, e quanto à dependência: autossuficiência parcial, representando 78,05%.

Discussão e Conclusões

Os dados socioeconômicos corroboram com a literatura, mostrando as vulnerabilidades enfrentadas, e quando somado a múltiplas comorbidades, afeta seu tratamento, o que pode estar diretamente relacionado com os achados: alto risco hemodialítico e com perda importante da capacidade de independência e autocuidado, caracterizando-os com autossuficiência parcial, exigindo maior assistência. Conhecer tais implicações, fundamenta as ações de enfermagem a serem aplicadas com paciente, família e equipe, e frente ao dimensionamento de pessoal de forma segura. Colaborando assim para fortalecer a linha de cuidado do renal crônico que ainda enfrenta grandes lacunas e desafios.

Palavras Chave

Falência renal crônica; terapia de substituição renal; enfermagem em nefrologia; segurança do paciente; área de dependência-independência.

Área

Multiprofissional: Enfermagem

Instituições

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ESCS - Distrito Federal - Brasil

Autores

DANIELA BASILIO DOS SANTOS, MARYANA SOARES DE SOUSA, KARINE CARDOSO LEMOS, PETHERSON MENDONCA DOS SANTOS