Dados do Trabalho


Título

BIOPSIA RENAL EM PACIENTE COM ECTOPIA RENAL CRUZADA. UM RELATO DE CASO:

Relato do Caso

Introdução:A biópsia renal percutânea guiada por ultrassonografia permitiu maior segurança para o diagnóstico de doenças renais, como glomerulopatias, nefrites tubulointersticiais, vasculites e outras. Porém em pacientes com ectopia renal, anomalia congênita comum do trato urinário (incidência de 1:10 a 10000), não há descrição na literatura quanto à realização ou técnica de tal procedimento para diagnóstico. Neste relato descrito biópsia renal em paciente portadora de ectopia renal cruzada fundida sendo diagnosticada com Nefrite Lúpica.
Objetivo do Estudo:Relatar biópsia renal por agulha grossa 18G guiada por ultrassonografia em paciente com ectopia renal cruzada e incentivar biópsia renal diagnóstica em pacientes com anomalias renais anatômicas.
Métodos:Dados colhidos através do prontuário médico, realização de biópsia renal e revisão literária.
Caso:Paciente do sexo feminino, 42 anos, com diagnóstico de ectopia renal cruzada evidenciada em ultrassom de rins e vias em 2011, refere artralgia em punhos, cotovelos e joelhos, fotossensibilidade cutânea e emagrecimento de 4kg há 6 meses. Em avaliação realizados exames laboratoriais, que evidenciaram FAN positivo (1:640 – padrão nuclear pontilhado fino denso), Anti-DNA positivo e relação Proteína/Cr urinária de 8113mg/g, sendo indicada biópsia renal. No procedimento, guiado por ultrassonografia em tempo real e paciente em decúbito dorsal, foram indentificados ambos os rins em fossa ilíaca direita, com caracterização dos seios renais em paralelo e boa diferenciação corticomedular. A paciente foi mantida na posição, feita assepsia de fossa ilíaca direita, posicionados campos estéreis e realizada anestesia local com lidocaína 2%. Após, realizada punção percutânea com agulha grossa 18G com disparador automático, guiada por ultrassonografia, com visão direta da penetração da agulha no rim ectópico. Foram retirados 4 fragmentos para análise de patologia renal (2 para microscopia de luz, 1 para imunofluorescência e, microscopia eletrônica). Ao final, feito curativo compressivo local e paciente encaminhada para enfermaria. Pós-biópsia paciente mantida em repouso absoluto por 12h, dosados Hb e Ht a cada 6h, com medidas horárias de pressão arterial. Não houve complicações, como hematúria, hematoma, piora de função renal ou redução de débito urinário, demonstrando ser o procedimento seguro, apesar da anomalia anatômica renal. Posteriormente, por leitura da biópsia renal, diagnosticada Glomerulonefrite Lúpica Membranosa.

Palavras Chave

biópsia renal, ectopia renal cruzada, ultrassom, nefrite lúpica

Área

Nefrologia clínica

Instituições

Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

FELIPE DE LIMA TOSI, OSVALDO MEREGE VIEIRA NETO, GUSTAVO PRATA MISIARA, BARBHARA THAIS MACIEL PONTES, GABRIELLE LIMA ALVES REIS, KARINA ALVES DE MELO, RAFAEL STEVANOVICH BERTOLDI TORRES, CAROLINA KATH LUCCA