Dados do Trabalho


Título

MELANOMA METASTATICO COM DISSEMINAÇAO SISTEMICA EM PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL: UM RELATO DE CASO

Relato do Caso

O melanoma maligno é o quinto câncer mais comum no mundo, com aumento de incidência nas últimas duas décadas. Na população de transplantados renais, a incidência é aproximadamente 8 vezes maior quando comparada à população imunocompetente. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de melanoma metastático de apresentação rara e agressiva em um paciente transplantado renal. Paciente masculino, 37 anos, submetido a transplante renal com doador falecido em 2009, doença de base desconhecida, tendo recebido terapia de indução com Timoglobulina, e em uso de Tacrolimus, Azatioprina e Prednisona. História prévia de melanoma cutâneo in situ em 2021, com ressecção completa. Em janeiro de 2023 foi admitido na emergência de hospital terciário no sul do país com queixa de diarreia, vômitos e febre. Ao exame físico, apresentava hiperpigmentação gengival e adenomegalias na região axilar direita. Não foram detectadas alterações ao exame abdominal. Laboratoriais iniciais demonstraram a presença de pancitopenia e aumento da creatinina em relação aos exames anteriores. As hemoculturas, urocultura, culturais de fezes, toxinas para clostridium e qPCR para citomegalovírus foram negativas. Não houve melhora das alterações hematológicas após a suspensão da Azatioprina. Foram realizadas tomografias computadorizadas de tórax e abdome que evidenciaram nódulo hepático de aspecto hipodenso. Paciente foi submetido a biópsia linfonodal axilar, com diagnóstico anatomopatológico de melanoma. Posteriormente, foi submetido a biópsias de gengiva, medula óssea, cólon e estômago, demonstrando a presença da neoplasia em todos os órgãos supracitados, confirmando-se o diagnóstico de melanoma metastático. Paciente teve indicação de quimioterapia paliativa, evoluindo com síndrome de lise tumoral, acidemia grave e crise visceral - inclusive com melanúria e identificação de células tumorais em hemograma. Devido à disfunção multiorgânica, o paciente tornou-se refratário às terapias instituídas, evoluindo para óbito. Conclusão: O melanoma metastático no pós-transplante renal é comum e possui um prognóstico reservado. Além disso, devido a imunossupressão, esses pacientes geralmente não são incluídos em protocolos de estudos terapêuticos, limitando as opções de tratamento. O rastreamento frequente de lesões pre-malignas e o diagnóstico precoce ainda são as melhores estratégias de combate ao melanoma nessa população.

Palavras Chave

melanoma maligno; transplante renal; imunossupressão

Área

Transplante

Instituições

Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

RENATA ASNIS SCHUCHMANN, GABRIEL SARTORI PACINI, GABRIELA VIEIRA STECKERT, GABRIELA MOREIRA FERLE, RODRIGO FONTANIVE FRANCO, NATÁLIA PETTER PRADO, LUIS FELIPE GONCALVES, ROBERTO CERATTI MANFRO, ANDREA CARLA BAUER