Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E PERCEPÇAO DOS PACIENTES SOBRE O INICIO DE PROGRAMA DIALITICO

Introdução

A perda da função renal e o início de programa dialítico acarretam mudanças biopsicossociais importantes na vida do paciente. Fatores como a compreensão e percepção acerca da doença e do tratamento, a dinâmica emocional, social e espiritual podem interferir na adesão e eficácia do tratamento. Esse estudo teve como objetivo caracterizar os aspectos psicossociais e a percepção sobre o quadro clínico e início de programa dialítico de pacientes hospitalizados.

Material e Método

Estudo transversal, descritivo, quantitativo, desenvolvido com pacientes internados na enfermaria de nefrologia de um hospital escola do interior de São Paulo. Foi aplicado um questionário de anamnese, elaborado pelas pesquisadoras e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD). Este projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 2.879.08.

Resultados

Dentre os 22 pacientes entrevistados, 64% eram do sexo masculino, na faixa etária entre 50 e 69 anos (68%), mais da metade apresentaram índices de menor escolaridade. Em relação à função desempenhada pelos rins, a definição de doença renal e sua cronicidade, 68% apresentaram conhecimento considerado regular e 45% insatisfatório. Identificou-se que 59% dos pacientes acreditam na recuperação da função renal, mesmo após serem orientados em relação à progressão e irreversibilidade da doença. O medo de passar mal 36%, morrer 14% ou sofrer alterações da imagem corporal 14%, predominou entre as principais preocupações dos pacientes. Dentre os sete (32%) pacientes que apresentaram sintomas psicológicos clinicamente relevantes no instrumento EHAD, quatro (18%) apresentaram sintomas ansiosos, um (5%) para apenas sintomas depressivos e dois (9%) para ambas as categorias.

Discussão e Conclusões

Observou-se que houve predominância do gênero masculino, faixa etária elevada, baixo nível socioeconômico e menor escolaridade. Na avaliação do conhecimento os resultados demonstram que, no geral os pacientes não apresentam conhecimento satisfatório acerca do diagnóstico, etiologia e cronicidade da doença, assim como, parte significativa da amostra desconhece o caráter progressivo e irreversível da doença. Embora não tenham sido realizadas correlações entre as variáveis identificadas, os dados obtidos sugerem a necessidade de acolhimento, avaliação psicossocial e de intervenções psicoeducativas que minimizem desfechos negativos e favoreçam a adesão ao tratamento, principalmente no início do tratamento hemodialítico.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Tratamento Dialítico, Aspectos Psicossociais.

Área

Multiprofissional: Outras áreas

Instituições

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil

Autores

PAULA FRANCIELE NOGUEIRA, ISABELA CRISTINA DOS REIS ALMEIDA, LENY GONÇALVES FERREIRA, CARLA RODRIGUES ZANIN