Dados do Trabalho


Título

INFECÇOES VIRAIS POS-TRANSPLANTE RENAL: CORRELAÇAO HISTOPATOLOGICA E EPIDEMIOLOGICA EM HOSPITAL DE REFERENCIA EM TERESINA - PI

Introdução

O transplante renal é considerado o tratamento padrão-ouro para os quadros de doença renal crônica, porém, ainda assim, pode haver algumas complicações que levem a falência do enxerto renal, principalmente por causa da complexidade do procedimento e da utilização de imunossupressores pelo paciente. As infecções pós-transplante são uma das complicações mais temidas durante os seis primeiros meses pós-cirúrgicos, pois o rim tem funções que facilitam a disseminação hematogênica de agentes infecciosos. O citomegalovírus (CMV) e o BK poliomavírus (SV40) estão entre os principais causadores de infecções pós-transplante, estando relacionados com maior risco de desenvolvimento de uma disfunção do rim enxertado e de uma maior possibilidade de readmissão hospitalar precoce do paciente transplantado. O presente estudo tem como objetivo estimar a incidência de complicações infecciosas virais mais frequentes relacionadas ao transplante de rim, correlacionando esses dados com achados histopatológicos e clínicos.

Material e Método

Foram utilizados como amostras lâminas e laudos histopatológicos de enxertos de rins pós-transplantados cedidas pelo laboratório responsável pelas análises, que foram colhidas durante o período de julho de 2019 a janeiro de 2023, e ainda dados de prontuários cedidos pelo hospital de Teresina que realiza transplantes renais. O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do UNITPAC (CAAE 63840822.9.0000.0014). Para manter a organização sobre os dados epidemiológicos que a pesquisa utilizou foi utilizado um protocolo de coleta de dados.

Resultados

Após a análise dos dados imunohistoquímicos dos laudos de biópsias analisados em pacientes com disfunção do enxerto por infecção, foi constatado que 05/100 (05%) obtiveram resultados positivos para algum tipo de microorganismo. O SV40 foi observado em 3/100 (3%) dos pacientes analisados, sendo que os quais evoluiram com uma nefrite viral específica do enxerto - relacionado ao poliomavírus, e o CMV foi positivo em 2/100 (2%) dos pacientes analisados. Observou-se ainda uma maior prevalência de processos infecciosos após transplante renal em indivíduos com idade mais avançada, havendo um maior número de casos no sexo masculino quando comparado ao sexo feminino.

Discussão e Conclusões

Esses resultados enfatizam a importância de detectar e monitorar a presença do poliomavírus humano e o citomegalovírus nos pacientes transplantados renais, visando o diagnóstico precoce da nefrite viral específica do enxerto.

Palavras Chave

Infecções virais; Terapia anti-rejeição; Transplante renal; poliomavírus, citomegalovírus

Área

Transplante

Instituições

Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí - FAHESP/IESVAP - Piauí - Brasil

Autores

NAYZE LUCENA SANGREMAN ALDEMAN, DAVI DE AGUIAR PORTELA, CAIO VINÍCIUS DE ARAÚJO MARQUES, ICARO SANTOS VERAS