Dados do Trabalho


Título

RAQUITISMO HIPOFOSFATEMICO LIGADO AO X EM MULHER COM MUTAÇAO DO GENE PHEX

Relato do Caso

Marcelo Giacomini , Natasha L. Monteiro, Cinthia E. M. Carbonara, Kélcia R. S. Quadros, Ana Mondadori dos Santos, Rodrigo Bueno de Oliveira
Divisão de Nefrologia, Departamento de Medicina Interna, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Campinas - UNICAMP, Campinas - SP, Brasil.
INTRODUÇÃO: A hipofosfatemia ligada ao X (XLH) é a forma mais comum de raquitismo hipofosfatêmico hereditário, resultante de mutações no gene PHEX, localizado no locus do cromossomo Xp22.11. Variantes deletérias resultam no aumento da produção do fator de crescimento de fibroblastos-23 (FGF23) circulante. MATERIAL E MÉTODOS: relatamos um caso clínico, incluindo aspectos laboratoriais gerais, teste genético e exames de imagem em uma paciente com hipofosfatemia e alterações ósseas. RELATO DE CASO: A.H., feminino, 43 anos, acompanhada desde os 2 anos por raquitismo hipofosfatêmico. O diagnóstico clínico foi feito com base na redução da taxa de crescimento, deformidades ósseas nos membros inferiores, além de hiperlordose. Na ocasião diagnóstica, a paciente recebeu tratamento com suplementação de fósforo quelato, calcitriol e carbonato de cálcio. Apresenta histórico de múltiplas fraturas patológicas e deformidades ósseas progressivas. RESULTADOS: Realizado teste molecular com genes relacionados a raquitismo hipofosfatêmico e identificado variante patogênica p.Glu241* em heterozigose no gene PHEX. Encaminhada para aconselhamento genético e indicado tratamento com Burosumabe, um anticorpo monoclonal recombinante dirigido contra a molécula de FGF23. DISCUSSÃO: Variantes patogênicas/provavelmente patogênicas no gene PHEX levam ao aumento da produção de FGF 23 circulantes, resultando na reabsorção inadequada do fosfato nas células dos túbulos proximais renais. Trata-se de uma condição geneticamente determinada, de herança ligado ao X, com variabilidade de apresentação clínicas em homens e mulheres. Os estudos de imagem revelaram alargamento ou formato de concha nas metáfises, deformidades ósseas e calcificação de tendões e ligamentos. Nos exames bioquímicos, observamos aumento da fração de excreção urinária de fosfato, hipofosfatemia, níveis normais de cálcio sérico e PTH normal ou discretamente elevado, juntamente com níveis elevados de fosfatase alcalina.CONCLUSÃO: A apresentação clínica completa na mulher de uma condição ligada ao X dominante é rara devido à inativação randômica do cromossomo X.A confirmação molecular do sequenciamento do PHEX possibilita terapeutica com o Burosumabe

Palavras Chave

Distúrbio Mineral Ósseo, Raquitismo Hipofosfatemico, Gene PHEX, Nefrologia Clínica

Área

Nefrologia clínica

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

MARCELO GIACOMINI LOUÇA, NATASHA LIMA MONTEIRO, CINTHIA ESBRILE MORAIS CARBONARA, KELCIA ROSANA SILVA QUADROS, ANA MONDADORI SANTOS, RODRIGO BUENO OLIVEIRA