Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA DOR, FORÇA MUSCULAR E SARCOPENIA EM INDIVIDUOS QUE TIVERAM COVID -19 COM APRESENTAÇAO LEVE E MODERADA APOS 6 E 12 MESES DA INFECÇAO

Introdução

A pandemia causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2) denominado COVID-19, foi responsável por altas taxas de internação e mortalidade. Pacientes sobreviventes de COVID-19, que foram internados em UTI, têm relatado dor, redução de força muscular e perda de massa muscular. No entanto, ainda são escassos dados sobre essas sequelas no pós-COVID-19 de indivíduos que tiveram apresentação clínica leve e moderada. Neste sentido, o estudo objetivou avaliar dor, força muscular, perda de massa muscular e capacidade funcional após 6 e 12 meses da recuperação da infecção por COVID-19 em indivíduos com apresentação clínica leve e moderada.

Material e Método

253 indivíduos que tiveram COVID-19 (RT-PCR positivo) em São Gabriel da Cachoeira (Amazonas) com apresentação clínica leve (Grupo 1; n=119) e moderada (Grupo 2; n=134) após 6 e 12 meses de recuperação da infecção foram avaliados para os questionários: SF-36/domínio de dor e escala visual analógica de dor (escala EVA). A força muscular foi avaliada através da força de preensão palmar (Dinamômetro digital) e dos membros inferiores (teste Sit-up/senta-levanta). A perda de massa muscular foi avaliada pelo questionário SARC-F e a capacidade funcional em tarefas diárias comuns pelos questionários Duke Activity Status Index (DASI) e SF-36/domínio de capacidade funcional. Análise estatística: Teste Qui-Quadrado e regressão linear múltipla (GLM).

Resultados

A média de idade dos 253 pacientes foi de 44±11 anos. Idade, sexo não foram diferentes entre os grupos. Em ambos os grupos, 95% dos pacientes foram vacinados com pelo menos 2 doses antes de adquirir a infecção por COVID-19. Indivíduos do Grupo 2 tinham mais hipertensão (23% vs. 6%; p < 0,001), diabetes mellitus (9% vs. 2%; p = 0,01), obesidade (37% vs. 28%; p < 0,001) no momento da infecção comparado ao Grupo 1. Ambos os grupos apresentaram algum grau de dor, entretanto o grupo 2 apresentou maior escore de dor (escore ≥ 5) nos tempos 6 e 12 meses (55% vs. 31% e 63% vs. 55%; p=0,001, respectivamente) (EVA); (60% vs. 26% e 60% vs. 38%; p < 0,001, respectivamente) (SF-36/domínio dor) comparado ao grupo 1. Ambos os grupos apresentaram diminuição da força de preensão palmar nos tempos 6 e 12 meses, independente do sexo (< 16 KgF e < 27 KgF ; mulheres e homens, respectivamente) e menor força de membros inferiores (< 12 repetições em 30 segundos). O grupo 2 apresentou maior risco para perda de massa muscular (58 % vs. 32%; p = 0,001) comparado ao grupo 1, mas somente no tempo 6 meses. Ambos os grupos apresentaram diminuição da capacidade funcional nos dois tempos: 50% e 30%; SF36 E DASI, respectivamente).

Discussão e Conclusões

Nossos dados mostram que indivíduos que tiveram apresentação clínica leve e moderada no momento da infecção por COVID-19 após 6 e 12 meses da recuperação, apresentam ainda algum grau de sequela como dor, redução de força muscular e diminuição da capacidade funcional nas atividades do dia a dia. Estratégias de reabilitação funcional e de massa muscular devem ser instituídas nessa população para melhor recuperação e qualidade de vida desses indivíduos.

Palavras Chave

Pós COVID-19. Sarcopenia. Dor.

Área

COVID

Instituições

Universidade Nove de Julho - UNINOVE - São Paulo - Brasil

Autores

SAYANE MARLLA SILVA LEITE MONTENEGRO, ROBERTO MARCO, MARILIA DE ALMEIDA CORREIA, ROSILENE MOTTA ELIAS, MARIA APARECIDA DALBONI