Dados do Trabalho
Título
VELOCIDADE DE MARCHA COMO UM FATOR DE RISCO PARA HOSPITALIZAÇAO EM PACIENTES COM DRC NAO DIALITICA
Introdução
As consequências da Doença renal crônica (DRC) estão associadas ao comprometimento do desempenho físico. A velocidade de marcha é um indicador útil do estado funcional do indivíduo e está associada a piora da cognição e aumento do risco de mortalidade em pacientes com DRC. Entretanto, poucos estudos avaliaram a contribuição do desempenho físico para a hospitalização. O objetivo deste estudo foi avaliar se a velocidade de marcha está associada a hospitalização em pacientes com DRC não dialítica.
Material e Método
Trata-se de um estudo de coorte realizado com pacientes com DRC estágios 3b-5 em tratamento não dialítico. Foram coletados dados demográficos, antropométricos e clínicos. A velocidade de marcha foi avaliada em um percurso de 4,6m sendo o tempo avaliado em segundos (m/s). O ponto de corte para lentidão na marcha foi considerado valor ≤0.8m/s. A hospitalização foi considerada como a ocorrência de pelo menos uma internação hospitalar por pelo menos 24h em um período de seis meses. Para avaliação do valor preditivo da velocidade de marcha foram aplicados testes de regressão logística multivariada.
Resultados
Foram incluídos 162 pacientes, com mediana de idade de 64,5 (56-71) anos, sendo 50,6% do sexo masculino. O comprometimento da marcha foi identificado em 36.4% da amostra e taxa de hospitalização em seis meses foi de 12,9%. Pacientes com lentidão na marcha apresentaram maior carga de comorbidades, maiores valores de IMC e CC, bem como um menor nível de atividade física. A análise multivariada mostrou que o comprometimento na velocidade de marcha está associado a 3x mais chances de hospitalização quando comparado a indivíduos com velocidade de marcha adequada (OR=3,05 IC95%: 1.011 9.229; p= 0.048). Após inclusão de comorbidades no modelo a associação deixou de ser significativa mostrando a contribuição da carga de doenças para hospitalização.
Discussão e Conclusões
O paciente com DRC apresenta vários comprometimentos no estado de saúde em geral e na função física. Essas consequências resultam do avanço e/ou descompensação da DRC, além da presença de comorbidades. A avaliação do desempenho físico por meio da velocidade de marcha é um método simples e de baixo custo e, dessa forma, viável para a inclusão na prática clínica. Em conclusão, a lentidão na marcha aumentou as chances de hospitalização e, portanto, contribui para piores desfechos em pacientes com DCR não dialítica.
Palavras Chave
doença renal crônica; hospitalização; desempenho físico; velocidade de marcha.
Área
Doença renal crônica
Instituições
Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil
Autores
VITÓRIA RODRIGUES MORAIS PRETO, HELLEN CHRISTINA NEVES RODRIGUES, SAMARA VIEIRA DE OLIVEIRA, MARIANA FERREIRA DOS SANTOS, LETYCIA NETTO DE PAULA CUNHA, AMANDA GOULART DE OLIVEIRA SOUSA, MARIA DO ROSÁRIO GONDIM PEIXOTO, ANA TEREZA VAZ DE SOUSA FREITAS, NARA ALINE COSTA