Dados do Trabalho


Título

USO DE DEFIBROTIDA NA SINDROME DE OBSTRUCAO SINUSOIDAL EM PACIENTES COM INJURIA RENAL AGUDA

Relato do Caso

Introdução
A síndrome de obstrução sinusoidal (SOS), também conhecida como doença veno- oclusiva (VOD), acomete até 30% dos pacientes em pós transplante de células tronco hematopoiéticas (HSCT). A fisiopatologia está relacionada com lesão de células endoteliais sinusoidais e ativação de células estreladas, levando a um quadro de hipertensão portal, diminuição da perfusão renal e lesão tubular direta. A defibrotida é aprovada para o tratamento de SOS com disfunção renal ou pulmonar após HSCT nos EUA. Essa medicação tem capacidade de estabilizar e proteger células endoteliais por meio da restauração do equilíbrio trombótico-fibrinolítico, além de exercer efeitos anti- inflamatórios, antioxidante, possuir propriedades antiapoptótica e antiangiogênica.
Objetivo
Relatar dois casos de Síndrome de Obstrução Sinusoidal com terapia otimizada associada ao tratamento com defibrotida.
Materiais e Métodos
Análise do prontuário e revisão de bibliografia.
Discussão/Resultados
Paciente 1: Feminina, 17 anos, diagnóstico de leucemia linfoblástica aguda, internada dia 31/03/2023 para realização de HSCT alogênico, em regime mieloablativo. Laboratoriais na admissão: creatinina 0,39 mg/dL, ureia 10 mg/dL, bilirrubina total 0,4 mg/dL, bilirrubina direta de 0,2 mg/dL. Avaliação da nefrologia, 21 dias após procedimento: creatinina máxima de 2,16 mg/dL, ureia 120 mg/dL, bilirrubina total 2,6 mg/dL e bilirrubina direta 2,3 mg/dl. Iniciado tratamento com defibrotida no dia 03/05/2023, permanecendo por 18 dias. Apresentou recuperação da função renal e disfunlção hepática a partir do dia 19/05/2023, seguida de alta hospitalar.
Paciente 2: Feminina, 17 anos, com diagnóstico de leucemia mieloide aguda M5b, internada no dia 03/12/2022 com histórico de realização de HSCT alogênico no dia 10/11/2022. Avaliação da nefrologia constata piora da função renal. Creatinina basal de 0,4 mg/dL, com maior valor de 1,94 mg/dL e ureia de 91 mg/dL, além de hepatomegalia dolorosa e ganho ponderal de 6kg. Iniciada terapia com defibrotida dia 04/12/2023 e mantida por 4 dias, paciente apresentou melhora da função renal, da diurese e congestão. Recebeu alta hospitalar no dia 19/12/2022. Em nenhum dos dois casos foi necessária TRS.
Conclusão
A defibrotida é um fibrinolítico de grande utilidade na SOS. É necessária uma alta suspeição da patologia para seu uso precoce e mudança de desfecho. A SOS apresenta alta mortalidade, podendo chegar à 80%, sendo a defibrotida uma grande aliada na prática clínica.

Palavras Chave

Defibrotida; Obstrução Sinusoidal; Doença Veno-Oclusiva; Injúria Renal.

Área

Injúria renal aguda

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

TOMAS SEGUNDO ESPINOSA HURTADO FILHO, FABIANA ALMEIDA ANTONIO BIENES, BEATRIZ ROMANINI FERNANDES, LARISSA FERNANDA DE OLIVEIRA, SARAH INGRID FARIAS DOS SANTOS, RAQUEL DOMINONI SOGAIAR, BENTO FORTUNATO CARDOSO DOS SANTOS, MARIA EDUARDA VILANOVA DA COSTA, DIOGO PASSOS DE SOUZA SANTANA