Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATORIO ACADEMICO DE NEFROLOGIA DO 4° ANO MEDICO

Introdução

A doença renal crônica (DRC) tem emergido como um desafio crescente para a saúde pública em todo o mundo. A DRC representa uma carga significativa para os sistemas de saúde e para a qualidade de vida dos indivíduos afetados. As principais etiologias da DRC são diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e glomerulopatias. O envelhecimento populacional e o estilo de vida moderno, com hábitos alimentares inadequados e sedentarismo, contribuem para a escalada da prevalência da DRC. Assim, objetivamos analisar o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos no Ambulatório Acadêmico de Nefrologia.

Material e Método

Estudo observacional, retrospectivo e transversal que analisou dados dos pacientes do Ambulatório Acadêmico de Nefrologia de Fev-Dez/2022. Os pacientes foram encaminhados da Prefeitura-Cross para avaliação com a Nefrologia, sendo atendidos pelos alunos do quarto ano de Medicina. Comparamos sexo, idade, etnia, IMC, uso de IECA/BRA e estatina, tabagismo, presença de HAS e DM e exames laboratoriais (Hb, Ht, Creat, TFGe, Ureia, Na, K, TGO, TGP, Glic, HbA1c, CT, HDL, LDL, TG, Cai, P, FAL, PTH, VitD, pH, Bic, TG/HDL, P/C) entre os grupos DM e não-DM e entre os sexos, utilizando o t-test e o qui-quadrado. P<0,05 considerado significante.

Resultados

Incluímos 64 pacientes, com idade 66±15,2 anos, 51,5% mulheres, 54,7% diabéticos e TFGe 48±27 ml/min/1,73m2. Verificamos que os diabéticos apresentaram média da Hb menor do que os não-diabéticos (12,1 vs 13,5 g/dl, p<0,05). Ao compararmos homens e mulheres, observamos que as mulheres tinham menores valores de creatinina (1,36 vs 2,6 mg/dl), enquanto os homens apresentaram maiores valores de uréia (87,9 vs 54,1 mg/dl), potássio (4,98 vs 4,54 mEq/l) e fósforo (média 4,55 vs 3,68 mg/dl) (todos p<0,05). Não encontramos diferenças para as outras variáveis entre os grupos.

Discussão e Conclusões

Observamos alta prevalência de DM, que é uma das principais causas de DRC associada ao envelhecimento. Menores valores de Hb podem ser explicados pelo maior comprometimento túbulo-intersticial nos diabéticos pela glicotoxicidade e menor produção de eritropoetina. Exames laboratoriais mais alterados nos homens podem ser explicados pelo encaminhamento mais tardio, diferenças no estilo de vida e adesão ao tratamento. A partir dessa análise e conhecendo as características específicas da população atendida no ambulatório, acreditamos ser possível aprimorar as ações preventivas e aumentar a promoção de saúde.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, Epidemiologia, Ambulatório, Acadêmico, Pacientes, Nefrologia, Fatores de Risco

Área

Doença renal crônica

Instituições

EPM-UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

LARA BALADI GARCIA, DENIS CAMPOS SILVA, THAYS SELLAN PAIM, VINÍCIUS OUTI COSTA, RAQUEL IGNÁCIO CUEVAS LOPES, CHRISTIAN MAKOTO SUGA, KENZO SANO SHINE, BEATRICE BORGES SATO, FERNANDO DINIZ DOS SANTOS FILHO, MIGUEL ÂNGELO DE GOÉS JÚNIOR, ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL