Dados do Trabalho


Título

DIAGNOSTICO METABOLICO EM NEFROLITIASE: ESTUDO TRANSVERSAL COM PACIENTES SEGUIDOS EM AMBULATORIO ESPECIALIZADO

Introdução

INTRODUÇÃO: Nefrolitíase é a terceira causa mais comum de doença do trato urinário, com prevalência mundial entre 2 e 20%, taxas de recorrência de 15% em 1 ano e de 50% em 10 anos. O quadro clínico é variável, desde assintomático, até hematúria, disúria e cólica nefrética. Também podem evoluir com complicações, como pielonefrite obstrutiva, nefrocalcinose, osteopenia, osteoporose e doença renal crônica (DRC). As alterações metabólicas são descritas em mais de 90% dos pacientes litiásicos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de anormalidades metabólicas urinárias em pacientes com diagnóstico clínico de litíase renal seguidos em ambulatório especializado.

Material e Método

MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal, incluindo pacientes adultos no período de Agosto de 2019 a Março de 2022, com dados clínicos e duas amostras não consecutivas de urina 24 horas. Para análise estatística utilizou-se teste de Shapiro-Wilk, seguido de ANOVA, Kruskal-Wallis ou qui quadrado, regressão linear múltipla ajustada para idade e sexo com as variáveis que apresentaram p<0,20 na análise univariada e correlação de Pearson/Sperman para as variáveis paramétricas/não-paramétricas. O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados

RESULTADOS: Foram avaliados 428 pacientes, com idade 49±15anos, 67,5% do sexo feminino, 42,8% hipertensos, 18,5% diabéticos e 18,2% portadores de DRC. Uma ou mais alterações metabólicas foram encontradas em 92,1% dos pacientes, sendo a principal anormalidade a hipercalciúria (47,5%), seguido por hipomagnesiúria (42,1%), hiperuricosúria (39,3%), e hipocitratúria (20,1%). Mais de 75% dos pacientes tiveram volume urinário de 24 horas inferior a 2500ml no momento do diagnóstico, com mediana de 1550 (1320-2300) mL/24h. Obesidade estava presente em 45% dos pacientes e sobrepeso em 28,9%. Houve correlação positiva fraca entre IMC e cálcio urinário (rho=0,14, p=0,012), ácido úrico urinário (rho=0,22, p<0,0001) e sódio urinário (r=0,27, p<0,0001), moderada entre sódio urinário e cálcio urinário (rho=0,41, p<0,0001) e ácido úrico urinário (rho=0,52, p<0,0001) e forte entre cálcio urinário e magnésio urinário (rho=0,57, p<0,0001) e ácido úrico urinário (rho=0,48, p<0,0001).

Discussão e Conclusões

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: A análise metabólica do paciente litiásico pode auxiliar no tratamento preventivo direcionado, com intervenção nutricional e farmacológica, visando redução de recorrência e complicações, com impacto sobre qualidade de vida, prognóstico e economia em saúde.

Palavras Chave

Nefrolitíase; hipercalciúria; hipomagnesiúria; hiperuricosúria; hipocitratúria

Área

Nefrologia clínica

Instituições

Unesp (HCFMB) - São Paulo - Brasil

Autores

THAÍS MARIM GONÇALVES, PAMELA FALBO DOS REIS, WELDER ZAMONER