Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO E DESFECHOS CLINICOS DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS SUBMETIDOS A PLASMAFERESE

Introdução

A plasmaférese consiste na retirada do plasma com retorno das células sanguíneas separadas por um processo de centrifugação, filtração, separação e devolução ao corpo de modo automatizado em um circuito extracorpóreo. Além de possibilitar o tratamento de doenças renais como a GESF (glomerulosclerose segmentar focal), entre seus benefícios destacam-se a redução da permeabilidade glomerular, da proteinúria e melhora da função renal após o transplante renal.

Material e Método

Estudo epidemiológico transversal com abordagem quantitativa que objetivou identificar e descrever o perfil epidemiológico e clínico de pacientes transplantados renais submetidos à plasmaférese em um centro transplantador renal de São Paulo. Foram incluídos 29 pacientes que realizaram plasmaférese no período de janeiro a dezembro de 2022 e os dados foram obtidos a partir de prontuários eletrônicos da instituição. Para a análise estatística descritiva utilizou-se média aritmética.

Resultados

Dentre os pacientes incluídos, a média de idade foi de 27,7 anos e houve predominância do sexo masculino (58,63%). As principais doenças prévias de saúde foram doença renal crônica (DRC) secundária à GESF (72,41%), hipertensão arterial sistêmica (72,41%), DRC de causa indeterminada (20,68%), hipotireoidismo (13,79%), trombose venosa profunda (10,34%), diabetes mellitus (6,89%), asma brônquica (6,89%), lúpus (3,44%) e sífilis (3,44%). Os principais critérios para indicação de plasmaférese foram o aumento de creatinina (100%), recidiva de GESF (82,75%) e proteinúria (82,75%). A maioria possuía cateter central de longa permanência (51,72%) para realizar a plasmaférese, seguido de fístula arteriovenosa (31,03%) e cateter de curta permanência (17,24%). Acerca dos desfechos clínicos, verificou-se a função renal preservada com necessidade de vigilância de proteinúria e creatinina (75,86%), perda do enxerto (20,68%) e óbito (3,44%).

Discussão e Conclusões

Na literatura é descrito que a plasmaférese é a principal modalidade de tratamento para a GESF, contudo, não foram encontrados estudos com grandes populações de pacientes transplantados renais que determinem sua aplicabilidade em larga escala, havendo necessidade de mais pesquisas que elucidem o impacto desta medida nos desfechos clínicos. Conhecer o perfil dos pacientes transplantados renais submetidos à plasmaférese permite identificar o impacto desta alternativa na sobrevida do enxerto e no desfecho de doenças renais.

Palavras Chave

Plasmaférese; Desfechos; Transplante renal; Glomerulosclerose segmentar focal; Perfil Epidemiológico.

Área

Multiprofissional: Enfermagem

Instituições

Fundação Oswaldo Ramos - Hospital do Rim - São Paulo - Brasil

Autores

ANNA RIBEIRO DE SOUZA, PRISCILA LEMES DE OLIVEIRA, STHEPHANNY GONSALVES FABRETE DE LIMA, FRANCISCO RAFAEL DE OLIVEIRA, VALERIA CARVALHO LEITE, JOSÉ OSMAR MEDINA PESTANA