Dados do Trabalho


Título

PERFIL GERAL DOS PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA (DRC) ADMITIDOS EM UM AMBULATORIO ESPECIALIZADO EM NEFROLOGIA

Introdução

A doença renal crônica (DRC) tem prevalência estimada próxima a 10% da população adulta. Pacientes com DRC têm maior risco cardiovascular, além de maior tendência a anemia e distúrbios hidroeletrolítico e osteometabólico. O objetivo do estudo é avaliar o perfil dos pacientes com DRC no momento de admissão em um ambulatório especializado em DRC da Nefrologia.

Material e Método

Estudo retrospectivo de pacientes admitidos no ambulatório de DRC entre 2010 e 2018, que apresentavam exames de função renal, perfil osteometabólico, hemograma, perfil glicêmico e lipídico. Também foram coletados dados de antropometria e comorbidades dos pacientes. Os critérios de exclusão foram início de diálise ou óbito nos 90 dias iniciais após admissão. Foram analisadas frequências, médias e desvio padrão e correlações entre as variáveis. Assumiu-se p<0,05 como nível significativo.

Resultados

Foram analisados 452 pacientes, dos quais 54,5% e 45,5% do sexo masculino (Masc) e feminino (Fem) respectivamente, com idade média e desvio padrão de 63,8±13,8 versus 62,2±16,2 anos (Masc vs Fem). As principais etiologias foram Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)(34,7%) e Diabetes Mellitus (DM)(28,9%). Em relação à classificação da DRC pela taxa de filtração glomerular (TFG), 0,4% dos pacientes estavam no estágio 1, 4,2% no estágio 2, 15,3% no estágio 3A, 39,6% no estágio 3B, 36,1% no estágio 4 e 4,4% no estágio 5. Foi encontrada correlação positiva entre TFG e Hemoglobina (HB) (r=0,36; p<0,001), TFG e bicarbonato (BIC) (r=0,2; p<0,001), BIC e HB (r=0,3; p<0,001), ferritina e creatinina (r=0,26; p=0,002) e ferritina e ureia (r=0,25; p=0,004). Observamos correlação negativa entre TFG e paratormônio (PTH) (r=-0,35; p<0,001), TFG e Colesterol total (r=-0,12; p=0,02) e TFG e ureia (r=-0,34; p<0,001).

Discussão e Conclusões

Os dados encontrados seguem os dados nacionais de etiologia da DRC, com HAS mais prevalente, seguida de DM. As relações positivas encontradas da TFG com BIC e HB, condizem com a tendência esperada de acidose metabólica e anemia, respectivamente, no paciente com DRC. As correlações positivas observadas da ferritina com creatinina e ureia também corroboram com o avanço do estado inflamatório do paciente com DRC. Além disso, a correlação negativa entre TFG e PTH ilustra o distúrbio mineral-ósseo presente na DRC. Conclui-se que o conhecimento do perfil dos pacientes no momento da admissão no ambulatório da Nefrologia tem grande importância para guiar o seguimento das alterações provocadas pelas DRC nos diferentes sistemas.

Palavras Chave

DRC, perfil epidemiológico e laboratorial

Área

Doença renal crônica

Instituições

Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP) - São Paulo - Brasil

Autores

PEDRO HENRIQUE MORETTI PEPATO, BRUNO PELLOZO CERQUEIRA, JÚLIA FERREIRA ROCHA, ANDRE KIYOSHI MIYAHARA, ALEXANDRE VIZZUSO OLIVEIRA, JOÃO VITOR BOZZA MAIA, VINÍCIUS CAVALCANTI DINIZ, MARIA AMELIA AGUIAR HAZIN, PATRÍCIA ABREU, MARIA EUGÊNIA CANZIANI, MIGUEL ANGELO GOES