Dados do Trabalho


Título

SEGURANÇA E TOLERABILIDADE DAS INFUSOES COM BETA AGALSIDASE EM TEMPOS MENORES QUE 90 MINUTOS EM PACIENTES COM DOENÇA DE FABRY: EVIDENCIA DO ESTUDO JAPONES POS-MARKETING

Introdução

Beta-agalsidase, terapia de reposição enzimática para Doença de Fabry, é administrada 1 vez a cada 2 semanas à uma dose de 1 mg/kg, com o aumento da taxa de infusão baseada na tolerância do paciente. A bula dos EUA especifica infusões ≥90 min para pacientes >30kg, e tanto a bula dos EUA quanto da UE requerem infusões de ≤15 mg/h em pacientes <30 kg. Até atualização recente, a bula no Japão requeria infusões ≤30 mg/h, permitindo uma dosagem de <90 min para pacientes <45 kg. Dados do pós-marketing japonês (Tsurumi Exp Opin Drug Safety 2021), foram analisados para avaliar a taxa de reações associadas a infusão (RAIs), eventos adversos (EAs) e EAs graves (EAGs) baseados características do paciente e na taxa de infusão (ex. peso e presença de anticorpos).

Material e Método

Estavam disponíveis dados de 2242 infusões com ≥ 90-min e 436 infusões de <90-min. EAGs foram raras (0.6%); RAIs, EAs e EAGs diminuíram durante o decorrer do tratamento.

Resultados

Dos 60 pacientes recebendo infusão de ≥1 e < 90 min, 45% apresentaram RAIs, vs 40.5% daqueles recebendo infusões de ≥90 min (P = 0.5684). Dentre os pacientes com diferentes pesos, o tempo de infusão não impactou nas RAIs (2.0% para ≥90 min vs 0.9% para <90 min, P< 0.001) ou taxa de EAGs (0.4% para ≥90 min vs 0.5% para <90 min P = 0.003), e as EAs foram mais comuns com infusões ≥90 min (2.9% vs 1.4%, P< 0.001). Entre os pacientes de <30 kg, a infusão mais rápida (>15 mg/h vs ≤15 mg/h) foi associada a menor RAIs (0.3% vs 5.7%, P = 0.0002) e taxas de EA (0.5% vs 5.7%, P = 0.0006, nenhum EAG foi reportado). RAIs foram mais observados em pacientes com anticorpos anti- beta agalsidase (41.9% vs 30.7%; P=0.0445), EAs (61.1% vs 49.3%; P=0.0497) vs pacientes sem anticorpos. Não houve diferença significativa na frequência das EAGs.

Discussão e Conclusões

Esses achados sugerem que pacientes que são tolerantes ao tratamento podem, com monitoramento cuidadoso, gradualmente diminuir o tempo de infusão.

Palavras Chave

Doença de Fabry, Terapia de reposição enzimática, TRE, infusão.

Área

Doença renal crônica

Instituições

Sanofi - São Paulo - Brasil

Autores

NATALIA ROQUE, CHASE SUNG LEE, MINA TSURUMI, YOSHIKATSU ETO