Dados do Trabalho
Título
CARACTERISTICAS DE PACIENTES QUE PERDERAM A FISTULA ARTERIOVENOSA (FAV) APOS UM ANO DA CONFECÇAOS
Introdução
O funcionamento da FAV é uma das principais preocupações relacionadas ao cuidado dos pacientes em tratamento hemodialítico. O monitoramento adequado e o manejo dos potenciais problemas associados ao funcionamento da fístula arteriovenosa são essenciais para prevenir complicações e melhorar os resultados clínicos dos pacientes em hemodiálise.
Material e Método
Estudo de coorte retrospectivo, observacional, em que foram incluídos todos os pacientes encaminhados para a confecção de FAV em um centro de diálise em Joinville, Brasil, no período de janeiro a novembro de 2021. FAV confeccionada com análise do sistema vascular local por meio de ultrassom com Doppler e que maturaram nesse período. Através de prontuário eletrônico, foram coletados os motivos de perda da FAV, dados demográficos (gênero, idade, Índice de Massa Corporal (IMC)) e clínicos (hematócrito, hemoglobina, pressão arterial, circunferência do braço e prega cutânea tricipital) dos pacientes. A média dos dados foi obtida para comparação dos participantes que perderam ou não o acesso. Não entraram na análise pacientes que realizaram transplante e os que foram a óbito.
Resultados
Dos 114 (56% homens; idade 58 (15-89)) pacientes com fístula maturada no período de análise, 19 (16,7%) foram a óbito, um realizou transplante e 7 (7,5%) perderam o acesso até um ano após a confecção. Os motivos da perda foram: trombose (em quatro pacientes) e estenose (em três pacientes). A média de idade (57,5±14 versus 60,3±16 anos), IMC (28±6 versus 28±5 Kg/m²), hematócrito (29,8±5,9 versus 30,1±7,1%), pressão arterial sistólica (149,6±23,1 versus 142,8±17,0 mmHg), pressão arterial diastólica (91,4±8,8 versus 90±10 mmHg), circunferência do braço (29,1±5,5 versus 25,3±3,0 cm) e prega cutânea tricipital (2,9±0,8 versus 1,7±1,1 mm) dos que mantiveram o acesso funcionante e dos que perderam, respectivamente, não foi diferente estatisticamente. A hemoglobina dos pacientes que perderam a FAV era maior que a dos demais (10,9±3,9 versus 9,7±2,0 g/dL, p=0,015).
Discussão e Conclusões
A ocorrência da perda de acesso até um ano da confecção foi relativamente baixa sendo trombose e estenose os motivos que levaram a essa perda. Não foi evidenciado nenhum fator predominante para perda do acesso.
Palavras Chave
Fístula arteriovenosa, doença renal crônica, hemodiálise.
Área
Doença renal crônica
Instituições
Fundação Pró-Rim - Santa Catarina - Brasil
Autores
CLAUDETE GASPARIN, FRANCO SILVEIRA DA MOTA KRUGER, INDIANARA PIRES, MARCOS ALEXANDRE VIEIRA