Dados do Trabalho


Título

Icodextrina vs. Glicose 2,5% nos marcadores de hipervolemia e sobrevida de pacientes submetidos à Diálise Peritoneal Automatizada de início não planejado: um ensaio clínico randomizado

Introdução

Introdução: A diálise peritoneal (DP) é utilizada em apenas 7% de toda a população dialítica mundial e uma das razões de sua subutilização é a falência de técnica devido ao uso de glicose como agente osmótico. Sabidamente, a solução de glicose pode acarretar dano ao peritônio, predisposição a hiperglicemia, dislipidemia e obesidade. Como agente alternativo à glicose, há a icodextrina, solução mais biocompatível, que ao ser utilizada pode proporcionar melhor controle volêmico, sem evidências suficientes do seu benefício na preservação da membrana, sobrevida da técnica ou do paciente. Porém, as evidências do seu uso ainda não são claras.

Material e Método

Objetivos: O presente estudo foi desenhado para comparar o uso da icodextrina na troca de longa duração (last bag) versus glicose 2,5% nos marcadores de hipervolemia nos pacientes submetidos a DP automatizada de início não planejado.
Métodos: Trata-se de ensaio clínico randomizado, não cego. Pacientes prevalentes em DPA com um teste de equilíbrio peritoneal (PET) recente mostrando uma creatinina D/P de > 0,50 foram randomizados para solução de 7,5% de icodextrina (ICO) ou 2,5% de glicose (GLU) na troca de longa permanência por pelo menos 12 semanas.

Resultados

Resultados: Um total de 30 pacientes com DPA foram incluídos no estudo. Não houve diferenças basais entre os grupos. Durante o período do estudo, os pacientes do grupo ICO tiveram melhora do ângulo de fase e UF, enquanto os parâmetros permaneceram inalterados no grupo GLU. Além disso, a água extracelular foi significativamente menor no ICO no final do estudo em comparação com a linha de base. Entretanto, os grupos ICO e GLI, foram semelhantes quanto ao volume urinário, UF, agua extracelular, ângulo de fase, função renal residual, sobrevida da técnica e dos pacientes.

Discussão e Conclusões

Conclusão: A icodextrina melhorou significativamente a UF, a água extra celular e o ângulo de fase entre os momentos iniciais e finais do estudo, porém, não houve diferença nos parâmetros e desfechos avaliados entre os grupos ICO e GLI de pacientes em DPA de início urgente.

Palavras Chave

Início urgente, diálise peritoneal, icodextrina

Área

Doença renal crônica

Instituições

Hospital das Clínicas de Botucatu - FMB - Unesp - São Paulo - Brasil

Autores

MARCELA LARA MENDES, LEONARDO AZEVEDO, CAMILA ALBUQUERQUE ALVES, DAYANA BITENCOURT DIAS, MARYANNE ZILLI CANEDO SILVA, VANESSA BURGUGGI BANIN, THYAGO P MORAES, DANIELA PONCE