Dados do Trabalho
Título
DIFERENÇAS ENTRE AS PUBLICAÇOES SOBRE TRANSPLANTES RENAIS E HEPATICOS: UMA ANALISE BIBLIOMETRICA DO BRAZILIAN JOURNAL OF TRANSPLANTATION
Introdução
O transplante (Tx) de órgãos sólidos é um tratamento bem estabelecido no Brasil. Em 1997, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos criou o Brazilian Journal of Transplantation (Braz J Transpl), veículo oficial de publicações acerca do tema.
Material e Método
Análise bibliométrica dos artigos publicados entre 2005 e 2022 no Braz J Transpl (ISSN 2764-1589), a fim de compararmos as publicações de Tx renal e Tx hepático, incluindo número de artigos, ano de publicação, tipo de estudo e metodologia, gênero do primeiro e último autor e local de publicação.
Resultados
Analisados 393 artigos, sendo 110 artigos (27%), 113 (28%) e 99 (25%) sobre Tx renal, Tx hepático e doação/captação, respectivamente. No Tx renal, observou-se que 52,7%, 21,8%, 22,7% e 3% dos artigos foram originais, revisões, relatos de casos e editoriais, enquanto que no Tx hepático, foram 56,6%, 21,2%, 15,9% e 3%, respectivamente (p=NS). Dos artigos originais, predominou o tipo observacional-retrospectivo no Tx renal (67,2%) e no Tx hepático (48,8%). Estudos prospectivos foram mais observados no Tx hepático (20,3%) em comparação ao Tx renal (6,9%). São Paulo foi o estado que mais publicou no Tx renal (43,6%) e Tx hepático (42,2%). As regiões Sudeste, Sul e Nordeste, publicaram 57%, 18% e 13% dos artigos no Tx renal e 48%, 16% e 26,5% no Tx hepático, respectivamente. Em relação aos primeiros autores sobre Tx renal, 37,3% foram homens e 62,7% mulheres, enquanto que os últimos autores foram 53,6% homens e 46,4% mulheres (p=0,015). Nos artigos de Tx hepático, não foi observada diferença entre homens e mulheres como primeiros (55% vs 45%) e últimos autores (55,6% vs 43,4%), respectivamente. Não observamos mudanças em nenhum dos parâmetros analisados ao longo do tempo.
Discussão e Conclusões
Existe uma disparidade regional nas publicações sobre Tx renal e Tx hepático, predominando as regiões Sul e Sudeste. Não houve diferença em relação aos tipos de estudo nas duas modalidades de Tx. Existe equidade de gênero na publicação de artigos sobre Tx hepático, enquanto que no Tx renal, predominam homens como últimos autores e mulheres como primeiras autoras.
Políticas de incentivo à expansão dos centros de Tx em outras regiões do Brasil poderão levar ao aumento de publicações na área de Tx. Ademais, a equidade de gênero nas publicações deve ser incentivada no Braz J Transpl, a fim de permitir o desenvolvimento da carreira profissional independente do gênero.
Palavras Chave
TRANSPLANTE; RIM; FÍGADO
Área
Transplante
Instituições
Escola Paulista de Medicina (EPM-UNIFESP) - São Paulo - Brasil
Autores
THAYS SELLAN PAIM, BRUNO PELLOZO CERQUEIRA, LARA BALADI GARCIA, DENIS CAMPOS SILVA, ANDRÉ KIYOSHI MIYAHARA, ALEXANDRE VIZZUSO OLIVEIRA, ILKA FÁTIMA SANTANA FERREIRA BOIN, ERIKA BEVILAQUA RANGEL