Dados do Trabalho
Título
IMPACTO DA VACINAÇAO DE COVID-19 EM PACIENTES EM DIALISE CRONICA- ANALISE DAS TRÊS ONDAS EPIDEMIOLÓGICAS DA DOENÇA
Introdução
Pacientes em diálise crônica apresentam alto risco de infecção e morte por COVID-19, portanto, doses adicionais de vacina são necessárias para proteger essa população. Objetivo: Análise do impacto da vacinação de COVID-19 em unidade de diálise, comparando as três ondas epidemiológicas da doença.
Material e Método
Estudo observacional prospectivo de análise de pacientes em diálise crônica (hemodiálise e diálise peritoneal) no período de maio de 2020 a abril de 2022 em um único centro de diálise. Os pacientes diagnosticados com COVID-19 por exames de RT-PCR ou teste de antígeno, foram analisados nos períodos da primeira, segunda e terceira ondas epidemiológicas da doença. Foi analisado os aspectos demográficos, clínicos, laboratoriais, desfechos como internação, internação em unidade de terapia intensiva, ventilação mecânica, taxa de incidência, mortalidade e letalidade, e vacinação para COVID-19.
Resultados
Dos 583 pacientes em diálise, 225 foram diagnosticados com COVID-19 no período do estudo, 85,8% eram pacientes em hemodiálise, com média de idade de 60,6 ±14,8 anos, a maioria do sexo masculino. Em relação as complicações, 29,3% necessitaram de oxigênio, 11,1% ventilação mecânica, 33% internação, 14,7% internação em unidade de terapia intensiva e a taxa de letalidade foi de 14,7%. Comparando as três ondas epidemiológicas, observou-se que a terceira onda apresentou maior incidência da doença, porém com menor sintomatologia da doença, menores valores de marcadores inflamatórios nos exames laboratoriais, menor gravidade da doença, menor mortalidade e menor taxa de letalidade. Adicionalmente, na terceira onda ocorreu o maior índice de vacinação de COVID-19. Pacientes que foram vacinados com 3 doses de vacina tiveram menor taxa de internação, necessidade de terapia intensiva, ventilação mecânica e óbito por COVID-19.
Discussão e Conclusões
Observamos uma relação temporal das ondas com a mudança de variantes no período, na primeira onda a ausência de variantes de preocupação específicas, enquanto na segunda onda a prevalência da variante Gamma (P1), enquanto na terceira onda a maior prevalência da variante Omicron. A variante Omicron possui alto potencial de infectividade e evasão do sistema imunológico do paciente, o que explicaria a alta incidência da doença na terceira onda em nosso estudo, mesmo com a maior taxa de vacinação no período. Conclusão: A vacinação com 3 doses não impediu a alta incidência de COVID-19 na terceira onda, mas a infecção se manifestou com menor gravidade e menor taxa de letalidade.
Palavras Chave
COVID-19, SARS-CoV-2, diálise, ondas epidemiológicas, vacinação.
Área
COVID
Instituições
Hospital de Base de São José do Rio Preto/FAMERP - São Paulo - Brasil
Autores
FERNANDA SALOMÃO GORAYEB-POLACCHINI, ANGELICA CANOVAS BOTTAZZO, JOÃO FERNANDO PICOLLO OLIVEIRA, NEIDE MISSAE MURAI, HELOISA CRISTINA CALDAS, MÁRIO ABBUD-FILHO