Dados do Trabalho


Título

HIPERCALCEMIA DA MALIGNIDADE EM GESTANTE: DESAFIO DIAGNOSTICO E TERAPEUTICO. RELATO DE CASO

Relato do Caso

INTRODUÇÃO:
A hipercalcemia é um importante distúrbio eletrolítico em doentes hospitalizados e sempre remete a uma investigação aprofundada quando não é decorrente do excesso de Vitamina D ou paratormônio (PTH). A seguir, relatamos o caso peculiar de uma hipercalcemia em paciente gestante, um desafio diagnostico e terapêutico.

RELATO DE CASO:
Paciente sexo feminino, 41 anos, histórico de tireoidectomia parcial por neoplasia (carcinoma folicular), com história familiar positiva para neoplasia de tireoide (mãe e irmã), gestante (G1P0A0) com 24 semanas, internada por queixa de astenia, xerostomia, poliúria e perda ponderal, sendo vista já à admissão hipercalcemia grave (Cai 2,04) e IRA KDIGO I (Cr 1,5 à entrada e basal de 0,9), sendo internada para hidratação endovenosa e investigação. Urina tipo 1 da entrada sem alterações, solicitado PTH, 25-OH-vitamina D e 1,25-dihidroxi-vitamina D (relato de investigação sem diagnóstico de doença auto-imune, solicitado este último diante da possibilidade de doença granulomatosa), com os seguintes resultados: PTH 2,8; 25-OH-vitamina D 56,4 (em reposição) e 1,25-dihidroxi-vitamina D 73,9 (referência 25-86). Entretanto, acreditando que a hipervitaminose D não justificasse tamanha hipercalcemia, solicitamos PTHrp (frente ao histórico de neoplasia) que veio aumentado (34, com referência entre 11-20). Paciente teve melhora da função renal com hidratação endovenosa, porém, mantendo calcemia em torno de 1,8. Oncologia avaliou e afastou recidiva da doença tireoideana. Trouxe mamografia recente sem alterações, porém, ultrassonografia de mamas e axilas evidenciou adenopatia axilar, sendo feita ressonância magnética de tórax que também mostrou linfonomegalias axilares e mediastinais. Biopsiado linfonodo axilar com anatomopatológico sugestivo de carcinoma mamário metastático, HER-2 negativo, receptores de progesterona e estrogênio positivos. Também havia envolvimento ovariano, tubário e de medula óssea. Fora proposto quimioterapia ainda na gestação com doxorrubicina e ciclofosfamida (esquema quinzenal) com melhora progressiva da calcemia.

DISCUSSÃO:
Paciente com quadro grave de hipercalcemia da malignidade, complicado em virtude da restrição terapêutica para manejo da calcemia pela gestação, uma vez que bisfosfonatos, calcitonina e denosumabe não são drogas seguras na gestação. Após início de quimioterapia, houve resolução da hipercalcemia. Paciente submetida a cesariana com 36 semanas e salpingooforectomia bilateral.

Palavras Chave

IRA, Hipercalcemia da malignidade, gestação

Área

Nefrologia clínica

Instituições

Hospital São Luiz Osasco - São Paulo - Brasil

Autores

TALES DANTAS VIEIRA, PAULO HENRIQUE DO AMOR DIVINO, IVANA CLAUDIA DOS SANTOS GABRIEL, GRAZIELA RAMOS PESSANHA SALIM RIBEIRO, ERICA PIRES DA ROCHA, ANA CAROLINA TRENTINI IZAR, RICARDO CARVALHO YAMAYA, JULIA BALDON SCARDINI