Dados do Trabalho


Título

NEFRITE LUPICA RECORRENTE EM PACIENTE RECEM TRANSPLANTADA

Relato do Caso

Introdução: Apesar da incidência de recorrência da nefrite lúpica (NL) no transplante renal atingir até 44%, a literatura atual não aponta valor significativo de perda de enxerto por tal patologia. Também é considerado que a sobrevida do enxerto em pacientes transplantados por NL, quando comparado a outras causas, é igual em curto e longo prazo. Descrição do caso: Mulher, negra, de 39 anos, submetida ao transplante doador vivo haplodistinto por nefrite lúpica. Quatro meses após o procedimento apresentou: plaquetopenia, anemia com esquizócitos e aumento de DHL sem piora da função renal. Possuía biópsia de enxerto do mesmo período com GN proliferativa endocapilar segmentar difusa.Fora internada para realização de plasmaférese com melhora laboratorial e clínica (MAT secundária a LES). Após 2 meses apresentou piora de função renal associada a hematúria e aumento de proteinúria. Realizada nova biópsia compatível com GN lúpica classe IV com alto índice de atividade. Iniciado tratamento com corticoterapia e ciclofosfamida EV. Atualmente, paciente encontra-se em terceiro pulso com redução importante de proteinúria e resolução da hematúria, porém mantendo disfunção renal.Discussão: A recorrência da nefrite lúpica pós transplante é muito variável, pois depende das características do paciente, era da imunossupressão e indicação da biópsia renal. Apesar disso considera-se a incidência clinicamente significativa de 2-11% em transplantados por NL. Os fatores de risco para pior desfecho renal pós transplante em pacientes com doença renal estádio final por nefrite lúpica apontaram para: mulher, idade jovem, negro e tempo em diálise previamente ao transplante. Esses fatores somados a presença de anticorpo antifosfolípide e adesão à terapia imunossupressora também foram considerados de risco para recorrência da nefrite lúpica. O tratamento é baseado na terapêutica em rim nativo. Em casos de NL não proliferativa não há indicação de mudança de esquema imunossupressor, por outro lado, se NL grave recorrente aumento da dose de micofenolato ou ciclofosfamida endovenosa associada ao aumento do corticoide podem ser opções terapêuticas. O rituximabe pode ser usado considerando a indicação de NL refratária em rim nativo. Conclusão: Foi estudado caso de paciente jovem, mulher, negra com NL e que realizou diálise previamente ao transplante. Apresentou recorrência da nefrite lúpica em com pouco mais de 3 meses de transplante, tempo compatível com o encontrado na literatura.

Palavras Chave

Transplante, nefrite lupica,

Área

Transplante

Instituições

UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

ISABELLA GHIRINGHELLO PALUDETTI, LUIS GUSTAVO MODELLI D E ANDRADE, CAMILLA FORNEZIGO TELECKI