Dados do Trabalho


Título

RISCO CARDIOVASCULAR EM RENAIS CRONICOS NAO DIALITICOS COM HIPOTIROIDISMO

Introdução

A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema global de saúde, com aumento em sua prevalência. Se associa a diversas causas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM), com elevado risco cardiovascular (RCV). O hipotireoidismo é uma condição associada a DRC, promovendo alterações metabólicas, renais e pressóricas, com maior RCV.

Material e Método

Coorte histórica retrospectiva, com dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais da primeira e última consulta ambulatorial de nefropatas crônicos em tratamento conservador (estagio 3-5), entre 2005 e 2019, em um ambulatório de Nefrologia. Hipotireoidismo avaliado pelos valores de TSH e t4l. Função renal avaliada pela taxa de filtração glomerular (TFG) estimada (CKD-EPI). RCV avaliado pelo escore de Framingham. Significativo se p<0,05.

Resultados

Foram avaliados 400 pacientes DRC, 65±11 anos sexo feminino (n=237, 59,2%), brancos (n=254, 63,5%), dislipidemia (n=295, 73,7%), HAS (n=221, 55,2%), obesidade (n=168, 42,0%), tabagistas (n= 68, 17,0%), hipotireoidismo (n=88, 22,0%). Ao início apresentavam valores elevados (p<0,001) de colesterol total e LDL, triglicérides, ácido úrico, com redução dos valores (p<0,0001) após medidas terapêuticas. Observou-se necessidade de reajuste de reposição hormonal em hipotireoideos, assim como um maior número de casos no final do acompanhamento (n= 122, 30,5%), em especial naqueles com progressão do estágio da DRC. Valores de TSH>10 se associaram a pior (p<0,01) RCV, com pior padrão de dislipidemia (maior LDL e menor HDL), proteinúria, índice massa corporal (IMC) e HAS. Também se verificou que maiores valores de TSH se associaram com pior (p<0,01) função renal (creatinina e TFG). Valores elevados de pressão arterial e IMC, com melhora (p<0,01) dos parâmetros ao término do acompanhamento, em especial com valores de TSH na faixa da normalidade. Acompanhamento ambulatorial de 6,5±1,4 anos, com redução (p<0,01) do RCV após as medidas terapêuticas. Correlação negativa (p<0,01) entre RCV, TFG e TSH>10.

Discussão e Conclusões

Estudos tem relacionado maiores valores de TSH com maior RCV e DCV em DRC. A DCV é a principal causa de mortalidade na DRC, sendo que o melhor controle de complicações associadas se associa com melhor evolução clínica.

Pacientes hipotireoideos com DRC apresentam maior RCV, com correlação negativa entre o RCV, TFG e TSH>10. As medidas terapêuticas promoveram melhora no controle clínico e laboratorial, com redução do RCV.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Hipotireoidismo, Risco cardiovascular.

Área

Doença renal crônica

Instituições

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ - UNITAU - São Paulo - Brasil

Autores

CALIEL RIBEIRO SIMAS, ARTHUR POLETTO A. MASSELLI, LARISSA GONZALEZ FRAGA, GILSON FERNANDES RUIVO