Dados do Trabalho
Título
ASSOCIAÇOES ENTRE ADIPOSIDADE DA MEDULA E DOENÇA OSSEA NA DOENÇA RENAL CRONICA
Introdução
O papel da adiposidade da medula óssea (Adip) sobre o metabolismo ósseo não está estabelecido. Avaliamos associações da Adip com o acúmulo de AGEs, metabolismo e histologia do tecido ósseo.
Material e Método
Estudo de coorte com pacientes com DRC; os níveis de AGEs foram estimados no soro por pentosidina e hemoglobina glicada (HbA1c); na pele por sua autofluorescência (SAF); no osso, por IHQ; amostras ósseas foram usadas para avaliar a expressão de proteínas (DKK1, esclerostina, FGF23, OPG e OC), análise histomorfométrica e Adip [área (Ar), volume (V), número (Ad.N), densidade (Ad.D) e espessura de adipócitos (Ad.Th)].
Resultados
45 pacientes (13, estágios 3-5; 14, HD; 18, DP) com idade=51±13 anos, 26 (58%) homens, 11 (24%) com DM, IMC=26±4 kg/m2, e tempo em diálise=16 (7–54) meses; níveis séricos de leptina=16 (4–59) ng/mL, Ca=8,9±0,8 mg/dL, P=5,2±1,7 mg/dL, FALC=104±57 UI/mL, PTH=229 (124–506) pg/mL; Ad.Ar/T.Ar=32 (21-38)%, Ad.V/TV=32 (21–38)%, Ad.V/MV=43 (33–48)%, Ad.V/BV=141 (86–204)%, Ad.N/T.Ar=109±31 céls./mm2, Ad.D=145±42 n/mm2, Ad.Th=24±3µm. SAF correlacionou-se com Ad.Th (R=0,34; p=0,03); HbA1c com Ad.Ar/T.Ar (R=0,41; p=0,005), Ad.V/MV (R=0,33; p=0,02), Ad.V/BV (R=0,39; p=0,007), Ad.V/TV (R=0,39; p=0,007), Ad.Th (R=0,56; p=0,0001); os níveis de leptina correlacionaram-se negativamente com parâmetros de formação, mineralização e remodelação óssea [OV/BV (R=-0,33; p=0,02), O.Th (R=-0,366; p=0,017), MS/BS (R=-0,401; p=0,012), e BFR/BS (R=-0,33; p=0,04); pacientes acima da mediana de leptina apresentaram menores concentrações de DKK1 [0,3 (0,05-1,5) vs. 1 (0,5–3,6); p=0,03] e OPG [0,3 (0,08–7,2) vs. 5,1 (2–19); p=0,04]; os parâmetros de número, área e volume de Adip correlacionaram-se negativamente com parâmetros estruturais ósseos [Ad.N/T.Ar vs. BV/TV (R=-0,48; p=0,001), Tb.Th (R=-0,37; p=0,01), Tb.N (R=-0,38; p=0,008); Ad.Ar/T.Ar vs. BV/TV (R=-0,69; p=0,0001), Tb.Th (R=-0,67; p=0,0001), Tb.N (R=-0,508; p=0,0001); Ad.V/TV vs. BV/TV (R=-0,72; p=0,0001), Tb.Th (R=-0,62; p=0,0001), Tb.N (R=-0,54; p=0,001)]; o volume e espessura do tecido ósseo cortical correlacionaram-se negativamente com Ad.Th (R=-0,35, p=0,02, e R=-0,34, p=0,02, respectivamente). Não houve correlação entre os parâmetros da Adip com a área de deposição de AGEs no osso trabecular ou com a expressão de proteínas ósseas.
Discussão e Conclusões
Em conclusão, a Adip parece afetar negativamente a estrutura do tecido ósseo; o acúmulo de AGEs sérico e na pele foi associado com maior Adip.
Palavras Chave
Adiposidade de medula óssea; Produtos Finais da Glicação Avançada; Doença Renal Crônica.
Área
Doença renal crônica
Instituições
UNICAMP - São Paulo - Brasil
Autores
NOEMI ANGÉLICA VIEIRA ROZA, SIMONE MARIA OLIVEIRA VIANA, KELCIA ROSANA DA SILVA QUADROS, CINTHIA ESBRILE MORAES CARBONARA, TALITA MAZON, ANDREI CARVALHO SPOSITO, RODRIGO BUENO DE OLIVEIRA