Dados do Trabalho
Título
IMPACTOS DA ULTRASSONOGRAFIA NAS COMPLICAÇOES IMEDIATAS DO CATETERISMO VENOSO CENTRAL NO CENARIO DE RESIDENCIA MEDICA
Introdução
A cateterização venosa central é um procedimento amplamente realizado no meio hospitalar, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e no contexto de hemodiálise. Estudos randomizados e meta-análises demonstraram que o uso da ultrassonografia (USG) para inserção de cateteres aumenta as chances de sucesso e diminuem complicações.
Material e Método
Objetivo: determinar se médicos residentes teriam taxas menores de complicações imediatas na cateterização venosa central com o uso do equipamento de ultrassonografia em relação à técnica por marco anatômico.
Metodologia: trata-se de um estudo observacional transversal, incluindo médicos residentes do primeiro e segundo ano de clínica médica, no período de outubro de 2021 a junho de 2022 em Hospital de parceria público-privada vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo - SP, que levantou dados provenientes de questionário preenchido pelo operador após o procedimento de cateterização venosa central.
Resultados
Foram contabilizados 70 questionários de CVC no período, sendo 40% no ambiente de Nefrologia, 36% na Sala de Emergência e 24% na UTI, 53% do tipo cateter de diálise e 47% do tipo CVC. O principal sítio de inserção foi jugular anterior 75%. 56% dos cateteres foram realizados por técnica guiada por USG e 44% por marco anatômico (MA). A punção acidental de artéria ocorreu em 11% dos acessos (12,4% por USG vs 87,5% por MA) e a formação de hematoma em 12% (33% por USG vs 66% por MA). Após a confirmação por radiografia foi identificado que 8% tinham local final inadequado de ponta de cateter. Em análise univariada foi evidenciado que há relação entre a utilização da técnica por marco anatômico e a punção arterial acidental (p = 0,011) e com a necessidade de abertura de novos kits de CVC (p = 0,035).
Discussão e Conclusões
Todos os acessos do espaço amostral tiveram desfecho final bem sucedido (cateter em veia central com teste de fluxo e refluxo satisfatório). Não foram observadas complicações imediatas que resultaram em pneumotórax, provavelmente pela amostra limitada. Observamos também uma maior taxa de utilização de materiais, com necessidade de abertura de novos kits de cateterização venosa central na metodologia anatômica (77,8%) versus guiado por USG (22,2%), implicando em maior sobrecarga financeira.
Por fim, dados indicam que a ocorrência de punções acidentais é menor quando o procedimento é realizado sob uso de ultrassonografia e essa prática também auxilia na necessidade de abertura de menos kits de cateter por procedimento.
Palavras Chave
Cateteres. Qualidade da Assistência à Saúde. Ultrassonografia. Segurança do Paciente. Educação.
Área
Injúria renal aguda
Instituições
Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo - SP - São Paulo - Brasil
Autores
CÁSSIA CARDOSO SOTILLO, HANNA KARLA ANDRADE GUAPYASSU MACHADO , JAMILTON DE MEDEIROS EDUARDO, BÁRBARA LAYS BEDIN, PEDRO HENRIQUE PEREIRA INGLEZ, THIAGO BURIL FONTES