Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: PIELONEFRITE ENFISEMATOSA REFRATARIA A TRATAMENTO CLINICO E CISTITE ENFISEMATOSA ISOLADA EM PACIENTE DIABETICA MAL CONTROLADA

Relato do Caso

INTRODUÇÃO: A pielonefrite Enfisematosa (PE) é uma doença rara, grave, de evolução fulminante. Variante potencialmente fatal da pielonefrite aguda, causada por organismos formadores de gases, como Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. O Diabetes Mellitus (DM) representa o principal fator de risco, além do sexo feminino e obstrução urinária. Diagnóstico é feito pela clínica de pielonefrite aguda e imagem evidenciando gás no trato urinário. Tratamento corresponde à antibioticoterapia endovenosa (ev) precoce, drenagem percutânea para alívio da obstrução, se houver, e nefrectomia em casos refratários. A cistite enfisematosa pode ocorrer isoladamente ou associada a PE, também devendo ser tratada com antibioticoterapia ev. MATERIAL E MÉTODO: Dados coletados do prontuário eletrônico do Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil. RESULTADOS: C.B, feminino, 51 anos, diabética. Internada na emergência com quadro de dor em flanco direito, oligúria e febre há dois dias, evoluindo com choque séptico, necessidade de altas doses de vasopressores e suporte ventilatório mecânico. Identificado foco infeccioso urinário como causa, isolada Klebsiella pneumoniae na urocultura. Apresentou Injúria Renal Aguda (IRA) KDIGO 3 com necessidade de terapia de suporte renal (TSR), método contínuo. Após medidas iniciais, houve estabilização clínica e hemodinâmica. Manteve-se em TSR, sem melhora completa do quadro, apesar do tempo de antibioticoterapia e ampliação do espectro, optado por nefrectomia à direita. Recebeu alta médica em tratamento renal conservador. Retornou 2 meses após com cistite enfisematosa, associado a IRA KDIGO 3, sendo tratada com antibiótico ev, dessa vez sem necessidade de TSR e com boa evolução do quadro. DISCUSSÃO: PE é uma variante de extrema gravidade que deve ser tratada de forma incisiva e precoce. Apesar do tratamento instituído, a paciente (do quadro) não apresentou melhora significativa, necessitando de nefrectomia. Após procedimento, apresentou melhora clínica rápida e satisfatória, com recuperação significativa da função renal, em concordância com os dados atuais da literatura. CONCLUSÃO:Há necessidade de mais pesquisas sobre a patogênese da doença, por ora não bem definida. Ademais, faltam estudos mais representativos, com número de casos maiores. Até o momento, tem-se como consenso que a doença, sendo potencialmente fatal, deve ser tratada de forma precoce e efetiva.

Palavras Chave

Pielonefrite enfisematosa, nefrectomia, diabetes mellitus, IRA

Área

Injúria renal aguda

Instituições

IAMSPE - São Paulo - Brasil

Autores

CAROLINE NEIVA DAMASCENO, MARCOS ANTONIO FROTA DA SILVA, KAMYLA COUTO SANTANA, MARINA LEITE DE FORNASARI, CAMILLE FLEXA ROCHA, FERNANDA OLIVEIRA DE AMORIM, CAROLINA NOBRE CABRAL, CAROLINA MACEDO BRANDÃO, MARIA TATIANA NOVAES REZENDE