Dados do Trabalho


Título

INTOXICAÇAO POR METANOL EM PACIENTE RENAL CRONICO COM SEQUELA PERMANENTE.

Relato do Caso

INTRODUÇÃO:O metanol leva a intoxicações fatais e mesmo em pequenas quantidades pode ser tóxico. Seu uso é principalmente na fabricação de combustíveis e solventes.Há relatos durante a pandemia do seu uso ilegal em substituição ao álcool etílico.A absorção ocorre por ingestão, inalação ou contato pela pele.Após absorção,o metanol é convertido em ácido fórmico e então formato.Há manifestação neurológica como sensação de embriaguez e parkinsonismo,além de acidose metabólica com ânion gap elevado e gap osmolar elevado,há também nefrotoxicidade por lesão citotóxica tubular.Diagnóstico é clínico, podendo ser dosado o metanol na fase precoce e seu metabólito formato. O tratamento é feito com etanol,fomepizol e hemodiálise.MÉTODOS:Os dados foram coletados do prontuário eletrônico do Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo,Brasil. RESULTADO:Homem,61 anos, químico na produção de perfumes,hipertenso e diabético há mais de 20 anos, tabagista e etilista ativo.Deu entrada com letargia,bradipsiquismo e fraqueza generalizada,maior em dimídio direito com evolução de 30 dias e perda ponderal de 15kg em sete meses.Triado por suspeita de AVC.A nefrologia é convocada pela alteração de função renal.Feito rastreio de cronicidade renal encontrando ao nefropatia parenquimatosa bilateral,fundoscopia com retinopatia diabética e hipertensiva.Manteve-se em piora de função renal, evoluindo com náuseas,soluços e acidose metabólica com ânion gap elevado e gap osmolar elevado.RNM encefálica evidenciou lesão em núcleos lentiformes,característica de etiologia tóxico-metabólica.Realizadas 04 sessões de HD diárias no intuito terapêutico da intoxicação por metanol associado a IRA KDIGO 3 em paciente DRC.Apresentou melhora satisfatória dos sintomas,recebendo alta em terapia conservadora,porém manteve o parkinsonismo como sequela.DISCUSSÃO:A maioria dos relatos de intoxicação por metanol são agudos,neste paciente pudemos identificar uma intoxicação crônica, questionou-se se não seria um quadro urêmico pois não houve a dosagem sérica do folato,padrão ouro,mas o fato do metanol haver um potencial nefrotóxico,além da exposição juntamente com a sequela deixada de parkinsonismo, corrobora o quadro da intoxicação.CONCLUSÃO:Este é um quadro clínico que deve ter alta suspeição em pacientes com epidemiologia e que deve ser tratado precocemente afim de evitar danos irreversíveis, além de ser potencialmente fatal,porém faltam mais relatos e estudos sobre quadros crônicos como do caso descrito.

Palavras Chave

Metanol, intoxicação, diálise, IRA

Área

Injúria renal aguda

Instituições

IAMSPE - São Paulo - Brasil

Autores

MARCOS ANTONIO FROTA DA SILVA, FERNANDA OLIVEIRA DE AMORIM, KAMYLA COUTO SANTANA, CAROLINA MACEDO BRANDÃO, MARINA LEITE DE FORNASARI, CAROLINA NOBRE CABRAL, CAROLINE NEIVA DAMASCENO, CAMILLE FLEXA ROCHA, CICERO RODRIGO MEDEIROS ALVES, PAULO ANDRÉ PAMPLONA MARQUES DOS SANTOS