Dados do Trabalho


Título

INJURIA RENAL AGUDA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE CARDIACO: ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVO SOBRE INCIDENCIA, FATORES DE RISCO E PROGNOSTICO

Introdução

Em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas, a incidência de IRA é em torno de 30%, podendo acometer até 70% dos submetidos a transplante cardíaco e associa-se a pior prognóstico. O objetivo é analisar a incidência de IRA e identificar fatores de risco pré, intra e pós-operatório para seu desenvolvimento.

Material e Método

Estudo longitudinal e retrospectivo que avaliou todos os pacientes adultos submetidos a transplante cardíaco no período de janeiro/2020 e dezembro/2022. Foram excluídos pacientes com DRC estágios 4 e 5. Os pacientes foram acompanhados desde a internação até o desfecho clínico (alta ou óbito). As variáveis categóricas foram comparadas por meio do teste de Qui-Quadrado e o Test t ou Mann-Whitney foram utilizados para variáveis contínuas (p<0.1).

Resultados

Foram avaliados 50 pacientes, com predomínio de homens (76%) e raça branca (85%). A
principal comorbidade foi a hipertensão (16%), seguida de diabetes (8%). A principal causa de insuficiência cardíaca foi de etiologia isquêmica (26%), seguida da etiologia valvar (22%). A incidência de IRA foi 48% e a mortalidade geral de 42%. Foram identificados como fatores associados à IRA: a presença de DRC prévia (33,3 x 3,8%, p=0,007); ventilação mecânica no 1° pós-operatório-PO(50 x 15,4%, p=0,014); oligúria no 1° PO(29,2 x 0%, p=0,007); creatinina basal(1±0,36 x 0,81±0,25 mg/dl, p=0,04); tempo de isquemia fria (196,8±66,10 x 141,5±76,22’, p=0,028); pressão diastólica mínima(PAD) no 1° PO (39,7±7,00 x 45,1±8,00 mmHg, p=0,032); uso de noradrenalina no 1° PO (0,57±0,53 x 0,18±0,66 ucg/kg/min, p=0,041); PCR no 1° PO (16,78±9,23 x 10,77±6,72 mg/dl, p=0,026). Quanto às variáveis associadas ao óbito, identifica-se presença de IRA(61,9 x 37,9%, p=0,094); a insuficiência cardíaca de etiologia valvar (38,1 x 17,2%, p=0,027); o choque vasoplégico como intercorrência cirúrgica (23,8 x 3,4%, p=0,067); a oligúria no 1° PO (23,8 x 6,9%, p<0,001); a idade(61,5±5,19 x 48,7±11,50, p=0,09); a temperatura máxima no pré-op. (35,8±0,42 x 36,6±0,32 °C, p=0,028); o uso de dobutamina no 1° PO(7,34±2,57 x 12,53±2,83 ucg/kg/min, p=0,079); os valores de hemoglobina(10,50±0,34 x 8,96±0,47 g/dl, p=0,011) e o valor de PCR no 3° PO(28,96+-7,09 x 7,56+-0,76 mg/dl, p=0,007).

Discussão e Conclusões

Os resultados parciais mostram alta incidência de IRA (48%) nesta população e identificam como principais fatores a ela associados a DRC prévia, a ventilação mecânica e uso de DVAs no 1º PO, o tempo de isquemia fria e os valores de PCR no 1º PO. A IRA foi fator de risco para o óbito.

Palavras Chave

Injúria renal aguda, transplante cardíaco, cirurgia cardíaca

Área

Injúria renal aguda

Instituições

Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

MARIANA MOURA FERREIRA, MARCELLO LANEZA FELICIO, DANIELA PONCE