Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: SINDROME DE VASOCONSTRIÇAO CEREBRAL REVERSIVEL EM PACIENTE DIALITICO

Relato do Caso

Introdução:
A cefaleia é um sintoma comum durante as sessões de hemodiálise (HD) e seu diagnóstico diferencial inclui várias etiologias. Em um paciente que apresenta dor caracterizada como cefaleia em trovoada, as duas principais etiologias são a hemorragia subaracnóidea e a síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (SVCR).Este relato ilustra uma causa possivelmente não reconhecida de cefaleia associada à HD.
Materiais e métodos:
Revisão de literatura e discussão de caso.
Resultados:
Paciente do sexo masculino, 45 anos, portador de doença renal crônica secundária a nefropatia por IgA intercorreu com cefaleia limitada recorrente após 3 semanas do inicio da terapia dialítica. Evoluiu com sintomas mais intensos e duradouros nas sessões subsequentes e, após uma semana do início das queixas apresentou cefaleia intensa associada a náuseas e vômitos, refratária a analgésicos e hipertensão. Foi submetido a tomografia computadorizada de crânio que demonstrou áreas de estenose nos segmentos distais da artéria basilar e da artéria cerebral posterior esquerda compatível com SVCR. Foi transferido à unidade de terapia intensiva e submetido a controle cauteloso da pressão arterial e exames de controle. Durante acompanhamento foram realizados dopplers transcranianos seriados que evidenciaram resolução das áreas de estenose após 3 semanas.
Discussão:
A SVCR pode ser diferenciada de outras condições através da neuroimagem, por meio da demonstração de áreas com estreitamentos intercaladas com dilatações dos segmentos seguintes. O uso de doppler transcraniano como uma ferramenta beira do leito tem se mostrado promissor. A SVCR está associada à algumas condições clínicas e medicamentos. No que tange aos fármacos, a eritropoietina(EPO) pode estar associada uma vez que pode resultar em vasoconstrição por meio da ação em receptores expressos nas células endoteliais e da musculatura lisa. Devido a suspeita, a medicação foi suspensa e seu posterior reinício não suscitou novo episódio. Além disso, a frequência e duração das sessões de hemodiálise foram modificadas concomitantemente e podem ter contribuído para o desfecho satisfatório.
Conclusão:
Apesar do uso de EPO ser um possível fator desencadeante da síndrome de vasoconstrição cerebral reversível, nesse caso, a mudança da prescrição da hemodiálise também contribuiu para a resolução do quadro. Suspeita-se que as variações hemodinâmicas associadas à diálise podem também se comportar como fator desencadeador possível da síndrome.


Palavras Chave

Cefaleia em diálise; Intercorrências em diálise; Síndrome de vasoconstrição cerebral reversível; Usos do doppler transcraniano.

Área

Doença renal crônica

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

LARISSA FERNANDA OLIVEIRA, ADRIANO LUIZ AMMIRATI, BENTO FORTUNATO CARDOSO SANTOS, SARAH INGRID FARIAS SANTOS, DIOGO PASSOS DE SOUZA SANTANA, TOMÁS SEGUNDO ESPINOSA HURTADO FILHO, FABIANA ALMEIDA ANTONIO BIENES, BEATRIZ ROMANINI FERNANDES