Dados do Trabalho


Título

TUMOR MARROM COMO APRESENTAÇAO INICIAL DE HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDARIO EM PACIENTE JOVEM NAO DIALITICA: RELATO DE CASO

Relato do Caso

Introdução: Tumores marrons são lesões osteoclásticas benignas caracterizadas pela hiperatividade dos osteoclastos e proliferação de fibroblastos, e estão associados ao hiperparatireoidismo (HPT) grave, mais comumente de etiologia primária, podendo ocorrer em HPT secundário não devidamente tratado. Material e Método: Relato de caso a partir de dados do prontuário e revisão bibliográfica do tema. Resultados: M.R.S., feminino, 25 anos, sem comorbidades conhecidas, buscou atendimento no pronto-socorro por astenia, síndrome edemigênica e dificuldade para deambular devido dor óssea em quadril direito, com relato de anúria e vômitos incoercíveis há 2 dias. Laboratorial inicial com disfunção renal, anemia e hiperparatireoidismo graves, além de hipocalcemia e hipovitaminose D (Hb 6,7; Ur 127; Cr 8,69; Ca ion 0,98; 25-OH-vitD 26; P 3,2; FA 790; PTH intacto 2.310 - VR: 15,0-68,3 pg/mL). Ultrassonografia mostrou rins atrofiados e sinais de doença renal crônica (DRC), e tomografia do quadril evidenciou lesões líticas de aspecto insuflado acometendo sacro e bacia. Cintilografia das paratireoides com baixa probabilidade de tecido hiperfuncionante. Procedido com biópsia do osso ilíaco direito que confirmou achados compatíveis com osteíte fibrosa (remodelação óssea moderada, fibrose paratrabecular, agrupamento de células gigantes multinucleadas osteclasto-like). Após início de hemodiálise intermitente (12 horas/semana), reposição de cálcio e colecalciferol via oral, com posterior início de calcitriol, a paciente evoluiu com melhora progressiva do PTH (atualmente 790 pg/mL), melhora da dor óssea e sinais de regressão da lesão. Discussão: Os tumores marrons são raros e podem ser confundidos com neoplasias esqueléticas, sendo primordial a análise histológica. A grande maioria das lesões descritas em HPT secundário à DRC ocorre em pacientes já dialíticos. Este caso chama atenção devido a apresentação ser em paciente jovem que realiza o diagnóstico de DRC terminal somente na ocasião da internação, sem qualquer terapia ou acompanhamento prévios. Conclusões: Por se tratar de uma complicação grave e rara do HPT secundário, o tumor marrom sempre deve ser considerado na investigação de lesões osteolíticas da população com DRC. Tendo em vista que seu tratamento adequado leva, muitas vezes, à regressão completa da lesão, sua excisão comumente não é recomendada, a menos que haja sintomas graves ou compressivos, ou em caso de falha na regressão da lesão após melhora dos níveis de PTH.

Palavras Chave

“tumor marrom”, “osteíte fibrosa cística”, "hiperparatireoidismo", "doença renal crônica", "lesão de quadril"

Área

Doença renal crônica

Instituições

Faculdade Santa Marcelina - São Paulo - Brasil, Hospital Santa Marcelina - São Paulo - Brasil

Autores

GABRIELA YALE LIMA OLIVEIRA, CAROLINA CADINELLI VIEIRA, LAIS MODESTO LIMA, LUCAS MEDEIROS ARAUJO, VLADIMIR ANTUNES SILVA NASCIMENTO, AURO CLAUDINO BUFFANI, FABIANA RODRIGUES HERNANDES