Dados do Trabalho
Título
COVID-19 E INJURIA RENAL AGUDA EM PACIENTES IDOSOS: ESTUDO DE COORTE COMPARATIVO ENTRE PRIMEIRA E SEGUNDA ONDA DA PANDEMIA NO BRASIL
Introdução
Nas diferentes ondas da pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2, os idosos continuaram sendo acometidos com quadros mais severos da doença e possível evolução para óbito. Assim, o estudo buscou comparar a incidência de IRA em idosos ao longo da 1ª e 2ª onda da pandemia; fatores de risco associados ao seu desenvolvimento e ao óbito.
Material e Método
Estudo do tipo coorte retrospectivo que avaliou pacientes acima de 60 anos admitidos em Hospital Público, Terciário e de Referência para COVID-19, de mar a dez/2020 (1ª onda) e de jan a maio/ 2021 (2ª onda).
Resultados
Foram admitidos 434 pacientes idosos com o diagnóstico de COVID-19, sendo 173 na 1ª onda e 261 na 2ª onda. Os grupos se assemelharam quanto à idade, internação em UTI, uso de DVA, necessidade de VM, APACHE, SOFA, CPK, incidência de IRA e mortalidade. E diferiram quanto à raça branca (77,5vs86,8%, p=0,01), uso de corticoide (56,6vs93,9%, p<0,001), presença de PTU (44,8vs58,2%, p=0,03), ATN-ISS (0,76±0,23vs0,86±0,21, p=0,004) e D Dímero (5098±5995,04vs2436,5±8398,38, p=0,014). As duas ondas foram semelhantes quanto aos seguintes fatores associados à IRA: Cr basal, CPK, D Dímero, APACHE, necessidade de VM, uso de DVA, presença de PTU e HTU à admissão hospitalar. Houve diferença quanto ao sexo masculino, HAS, uso de IECA/BRA e TFG basal. Na regressão logística, VM e Cr basal (OR10,5, CI 1,22-90,6, p=0,03) mantiveram-se como fatores associados à IRA na 1ª onda; enquanto na 2ª, além da VM, HAS (OR1,64, CI 1,15-1,83, p=0,018), HTU (OR1,68, CI 1,12-1,82, p=0,018) e D Dímero (OR1,97, CI 2,0-2,003, p=0,023). Os fatores associados à mortalidade na 1ª onda foram CPK (OR1,009, CI 1,001-1,017, p=0,042) e VM (OR17,7, CI 1,13-277,6, p=0,002), e na 2ª onda, DM (OR 4,875 CI 2,60-7,09, p=0,001), IRA (OR1,85, CI 1,07-1,28, p<0,001), necessidade de diálise (OR1,81, CI 1,08-1,40, p<0,001), PTU à urina 1 (OR1,96, CI 1,14-1,91, p=0,03) e ATN-ISS (OR5,86, CI 1,32-25,96. p=0,04). Ao se comparar as duas ondas, os fatores que se mantiveram como diferenciais entre as ondas na regressão logística foram o ATN-ISS (OR213,3, CI 14,74-3087,4, p<0,001) e APACHE (OR0,92, CI 0,88-0,97, p=0,005).
Discussão e Conclusões
A incidência de IRA foi semelhante entre as duas ondas; porém, sua gravidade foi maior na segunda onda, na qual foi identificada como fator associado ao óbito. Apesar da maior gravidade da IRA, evidenciada pelo maior ATN-ISS, e maior gravidade dos casos – observado pelos maiores valores de APACHE, não houve maior mortalidade dos pacientes durante a segunda onda da pandemia.
Palavras Chave
IRA, COVID-19, idosos, primeira onda, segunda onda
Área
COVID
Instituições
Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP - São Paulo - Brasil
Autores
BRUNA KAORI YUASA, LUIS EDUARDO MAGALHÃES, PAULA GABRIELA SOUZA OLIVEIRA, LAIS GABRIELA YOKOTA, PEDRO ANDRIOLO CARDOSO, WELDER ZAMONER, DANIELA PONCE