Dados do Trabalho


Título

RISCO CARDIOVASCULAR DE HIPERTENSOS COM DOENÇA RENAL CRONICA

Introdução

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica intimamente associada com a Doença Renal Crônica (DRC) e também tem sido relacionada ao maior risco de Doença Cardiovascular (DCV), sendo importante causa de mortalidade. A DRC tem elevado Risco Cardiovascular (RCV). O estudo teve como objetivo avaliar o RCV de hipertensos com DRC.

Material e Método

Estudo em coorte histórica retrospectiva, com dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais da primeira e última consulta ambulatorial de nefropatas crônicos hipertensos e não diabéticos em tratamento conservador (estágios 3 a 5 da DRC), entre 2005 e 2019, em um ambulatório de Nefrologia. Foram realizadas medidas pressóricas em consultas periódicas com o uso de manômetros. A função renal foi avaliada pela Taxa de Filtração Glomerular (TFG) estimada (CKD-EPI). O RCV foi avaliado pelo Escore de Framingham. Significativo se p<0,05.

Resultados

Foram avaliados 300 pacientes, com os dados que seguem: sexo feminino (n=177, 59,0%), branco (n=172, 57,3%), 67±12 anos, dislipidemia (n=215, 71,7%), HAS (n=300, 100,0%), obesidade (n=171, 57,6%) e tabagistas (n= 62, 20,7%). Ao início apresentavam valores elevados (p<0,001) de colesterol total e LDL, triglicérides (TG), ácido úrico (AU), com redução dos valores (p<0,001), após medidas terapêuticas. Valores de AU elevados se associaram a pior (p<0,001) RCV, assim como HAS. Também se verificou que maiores valores de pressão arterial (PA) se associaram com pior (p<0,01) função renal (ureia, creatinina e TFG). Valores elevados de PA e índice de massa corporal (IMC) iniciais, com melhora (p<0,001) dos parâmetros ao término do acompanhamento, em especial com redução dos valores de PA sistólica e diastólica. Observou-se maior (p<0,01) HOMA nos casos de hipertensos ao início do acompanhamento. Os estágios de HAS também se associaram a maior (p<0,01) RCV. Acompanhamento ambulatorial de 6,1±1,3 anos, com redução (p<0,0001) do RCV após as medidas terapêuticas. Correlação negativa (p<0,001) entre RCV, TFG e HAS.

Discussão e Conclusões

A partir dos estudos realizados, observou-se a relação entre a HAS e maiores valores de PA, com DCV e maior RCV. A DCV é a principal causa de mortalidade na DRC, sendo que o melhor controle pressórico pode se associar a melhor evolução clínica. Conclui-se que pacientes hipertensos não diabéticos com DRC apresentam maior RCV, com correlação negativa entre o RCV, TFG e PA. As medidas terapêuticas promoveram melhora no controle clinico e laboratorial, com redução do RCV.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Risco cardiovascular, Hipertensão Arterial.

Área

Doença renal crônica

Instituições

DEPARTAMENTO DE MEDICINA DA UNITAU - São Paulo - Brasil

Autores

PEDRO BRUGNEROTTO DE ALMEIDA, GIOVANNA RANGEL DOS SANTOS, GILSON FERNANDES RUIVO