Dados do Trabalho
Título
UM CASO RARO E DESAFIADOR: PROPTOSE UNILATERAL INDUZIDA PELA VENTILAÇAO MECANICA NAO INVASIVA
Objetivo
Relatar um caso raro na literatura, de um paciente que deu entrada com insuficiência respiratória na unidade de terapia intensiva, teve que ser submetido a ventilação mecânica não invasiva e imediatamente apresentou um quadro de proptose unilateral, com congestão de vasos da conjuntiva, reflexos pupilares normais, levando a um difícil diagnóstico da causa.
Relato do Caso
Paciente masculino, 56 anos, tabagista, etilista, usuário de crack, deu entrada na UPA, admitido com taquidispnéia, esforço respiratório e desaturação, iniciado oxigênio em cateter nasal a 5L/mint, feito medidas broncodilatadoras, 2 dias após evoluiu com insuficiência respiratória, deu entrada na unidade de terapia intensiva, tendo sido submetido a ventilação mecânica não invasiva, apresentou proptose logo após unilateral a direita, devido a má resposta a VNI foi procedido intubação orotraqueal, iniciado bloqueador neuromuscular na tentativa de preservar o globo ocular. Paciente foi sedado, sem possibilidade de avaliação da acuidade visual e motilidade motora, mas apresentava congestão de vasos da conjuntiva, córnea clara, catarata n1, PIO: 22mmhg, ao exame de fundo de olho: disco normocorado, bem delimitado escavação 0.4, brilho macular preservado. Reflexos pupilares normais. Foi iniciado antibiótico de amplo espectro, feito proteção ocular com regencel e tapa olho. Evoluiu com melhora do quadro respiratório, extubado, lúcido, com reversão da proptose, acuidade visual 20/30, motilidade ocular preservada, PIO 12mmHg.
Conclusão
Foi realizada tomografia de crânio com contraste e sem contraste, dentro da normalidade, sem evidência de doença neuro-oftalmológica (por exemplo, tumor, hemorragia, celulite orbitária, fístula cavernosa carotídeo, trombose do seio venoso ou proptose aguda por tempestade tiroideia), foi colocada a hipótese de um efeito de pressão sobre o sistema venoso exercido pela ventilação mecânica não invasiva, que aumenta a pressão do sistema venoso, impedindo a drenagem adequada do sistema venoso ocular quando não drenado adequadamente, o fluido e o sangue ficam retidos nos tecidos oculares e na órbita. Isto reduz a saída de fluido e sangue do olho. As consequências desta situação incluem o aumento da PIO devido à redução da saída de líquido aquoso secundária à drenagem limitada da malha trabecular e à restrição da via de saída escleral uveal devido à interrupção do fluxo venoso episcleral. Podem ocorrer injeção e edema conjuntival e proptose.
Referências:Köksoy, Ü. C., Yilmaz, H., Kazbek, B. K., Yildirim, E. A., & Ekmekçi, P. (2021, September 22),An Eeye-Ppopping Eexperience Iimmediately Aafter Iintubation: A Ccase Rreport. A&A Practice, 15(9), e01523. https://doi.org/10.1213/XAA.0000000000001523
Conditions in Context: Ventilator-induced Proptosis Not all cases of ‘the bulge’ result from of autoimmune disease, trauma or tumor. Sometimes ocular conditions arise in the context of emergent circumstances. By Jen Lesniewski, BSc, Brian S. Lilien, BA, A.S. Gurwood, OD, and Mark Street, OD,Published May 15, 2016
Área
Neuroftalmologia
Instituições
INSTITUTO DE OLHOS DAS CIÊNCIAS MÉDICAS - Minas Gerais - Brasil
Autores
Luciana Armond Gouvêa Ferreira, Isadora Teixeira Issa, Felipe Otávio Vieira Santos, Paula dos Santos Ribeiro Laborne, Vitor Augusto Pereira de Carvalho, Luiz Gustavo Alves Palhares