Dados do Trabalho

Título

MICROFTALMIA E ANOFTALMIA CONGENITAS: ABORDAGEM TERAPEUTICA CONSERVADORA

Objetivo

Relato da experiência na reconstrução da cavidade ocular de crianças com o diagnóstico de microftalmia ou anoftalmia congénitas segundo uma estratégia terapêutica conservadora durante os primeiros anos de vida

Método

Revisão retrospetiva não comparativa de todas as crianças diagnosticadas com microftalmia ou anoftalmia congenitas, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, entre Janeiro 2006 e Dezembro 2020. Todas as crianças realizaram alargamento progressivo da cavidade atraves de conformadores progressivamente adaptados (a cada 2 a 4 semanas). Após o estádio final de expansão orbitária (considerado quando o peso ou tamanho do conformadora condiciona deformaçao palpebral), a reabilitação cirurgica foi realizada quando necessário (para melhoria do volume orbitário ou reconstruçao palpebral).

Resultados

Foram incluidos 17 olhos de 14 crianças. A idade média na primeira visita foi 8.9 meses. Após a reabilitação conservadora da cavidade, 9 cavidades necessitaram de realizar cirurgia (8 das quais para aumentar o volume orbitário). A idade média para realização da primeira cirurgia foi de 3.9 anos. Quatro cavidades necessitaram de uma segunda cirurgia. O tempo de seguimento médio foi de 10.7 anos. Relativamente ao resultado final, foi considerado "excelente" em 7 casos, "bom" em 4 casos e "insatisfatório" em 3 casos (nos quais se verificou idade superior no início do seguimento, bilateralidade e associação a síndromes).

Conclusões

O alargamento das cavidades com conformadores constitui uma técnica segura e eficaz para a reabilitação inciial de crianças com microftalmia e anoftalmia. E uma tecnica minimamente invasiva nos primeiros anos de vida, apesar de implicar um seguimento em consulta frequente. Quando se associa a reabilitação cirurgica oferecida numa idade pré-escolar permite obter um bom resultado anatómico e estético.

Palavras Chave

microftalmia, anoftalmia, reabilitaçao