Dados do Trabalho

Título

HIPERSENSIBILIZADOS EM LISTA DE ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL: PRIORIZAR E PRECISO

Introdução

Apesar do número de transplante renal realizado no Brasil e no mundo ter aumentado, ainda há um desequilíbrio entre a oferta de órgãos e a procura por transplante. Enquanto aguardam em lista de espera para realização do transplante, os pacientes tornam-se sensibilizados frente aos antígenos do sistema HLA, dificultando as suas chances de encontrar um doador compatível que não apresente moléculas HLAs reconhecidas pelos seus aloanticorpos. Objetivo: Avaliar o tempo em lista de espera de pacientes transplantados renais em função dos cPRAs realizados no pré-transplante.

Material e Método

Estudo transversal e retrospectivo realizado a partir da busca ativa dos registros da Central de Transplantes do Ceará-Brasil de pacientes renais crônicos que transplantaram entre outubro de 2002 a maio de 2023. Os pacientes foram divididos em 4 grupos em função do cPRA: I=0%, II=1-50%, II=51 a 90% e IV>90%.

Resultados

No período avaliado, 2.778 pacientes realizaram transplante renal. A análise dos cPRAs desses pacientes mostrou que a maioria dos pacientes pertencia ao grupo I (n=1.755, 69%), seguido do II (n=491, 19%), III (n=218, 9%) e IV (n=81, 3%). Pacientes do grupo IV ficaram mais tempo na lista de espera para realizar o transplante renal (28,3 meses) do que os pacientes do grupo I (15,4 meses, p=0,0003), grupo II (16,5 meses, p=0,001) e grupo III (20,1 meses, p=0,032). Não houve diferença na média do tempo de espera entre os grupos I e II (p=0,338).

Discussão e Conclusões

Os pacientes hipersensibilizados aguardam mais tempo em lista de espera para realizar um transplante com rim de doador falecido do que os pacientes com cPRA=0%. Faz-se necessário a implantação de medidas que viabilizem e priorizem a alocação de rim de doador falecido nesse grupo de pacientes no Ceará.

Palavras Chave

Sistema HLA; Hipersensibilizados; Transplante renal; Lista de espera.