Dados do Trabalho

Título

DESCARTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS: QUANTOS VÃO PARA O BALDE?

Introdução

O Brasil é destaque mundial na realização de transplantes de órgãos e tecidos. Contudo, a efetivação de transplantes no país ainda está menor do que a demanda. O processo doação e transplante enfrenta diversos obstáculos, sendo o descarte de órgãos e tecidos um dos principais motivos dessa baixa taxa de efetivação. Objetivo: Descrever os descartes de órgãos e tecidos em Goiás.

Material e Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva e de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados de janeiro de 2019 a dezembro de 2022 na Central Estadual de Transplantes de Goiás (CET-GO).

Resultados

Foram captados 2.961 órgãos e tecidos no período, entre rins, fígado e córneas, mantendo uma média anual de 200 captações de órgãos e de 500 de tecidos, mesmo com a pandemia da covid-19. Do total de 838 órgãos captados, 605 (72%) era de modalidade renal, 176 (21%) de modalidade hepática, 42 (5%) corações, 11 (1%) pâncreas, 4 (0,5%) pulmões e, por fim, 2.123 córneas entre os tecidos. Foram transplantados 604 (77%) rins captados, incluindo rins recebidos (325) e oferecidos (149) da CNT, 35 (88%) transplantes de fígado realizados, excluindo 136 que foram oferecidos à CNT e 1.623 (70%) transplantes de córneas, incluindo 200 córneas recebidas da CNT. Dos órgãos e tecidos captados no Estado, houve descarte de 34% (721/2123) de córneas, 25% (152/605) de rins e quase 1% (1/176) de fígado. Todos os demais órgãos, corações, pâncreas e pulmões foram oferecidos à CNT, já que não se realiza transplantes dessas modalidades em Goiás.

Discussão e Conclusões

Espera-se que este estudo possa trazer uma atenção especial ao número de descartes de órgãos e tecidos doados e, consequentemente não transplantados. É necessário uma avaliação da qualidade e uma adequada preservação dos órgãos e redução dos gastos públicos

Palavras Chave

Transplante; descarte de órgãos e tecidos.