Dados do Trabalho

Título

Rejeição humoral no transplante cardíaco pediátrico - experiência de 10 anos

Introdução

A rejeição humoral, uma das complicações possíveis no pós-operatório de transplante cardíaco, tem sua real incidência desconhecida, variando de acordo com estudos de diferentes partes do mundo. O presente estudo tem como objetivo realizar uma análise sobre o perfil dos pacientes que apresentaram rejeição humoral em um centro de referência de transplante cardíaco pediátrico da América Latina.

Material e Método

Foram avaliados 162 pacientes submetidos ao transplante cardíaco entre os anos de 2013 a 2023. As biópsias endomiocárdicas e dados demográficos dos pacientes com critérios para o diagnóstico de rejeição humoral foram revisados.

Resultados

Dos 162 pacientes transplantados, 15 apresentaram rejeição humoral (9,2%) diagnosticada através de biópsia endomicárdica. Destes, 9 (60%) do sexo masculino, 6 (40%) do sexo feminino. As idades variaram de 10 meses de vida até 29 anos e 2 meses de idade. O período das biópsias variou do 33° dia de pós-operatório, até o 2.961° dia de pós-operatório. De acordo com a classificação histopatológica das biópsias endomiocárdicas, Pathologic Antibody Mediated Rejection (pAMR) 3 (20%) apresentavam pAMR 1 (I+), 8 (53,3%) pAMR 1 (H+) e 4 (26,6%) pAMR 2. A pesquisa imunohistoquímica revelou que 7 (46,6%) apresentavam CD4 positivo. Todos os pacientes em questão também apresentaram rejeição celular, variando de 1R até 3R (conforme a classificação de Stwart et al). 3 (20%) pacientes evoluiram a óbito (2 deles secundário a choque cardiogênico causado pela rejeição e 1 por choque séptico durante internação em que tratava rejeição).

Discussão e Conclusões

A rejeição humoral no pós-transplante cardíaco é uma entidade de diagnóstico e manejo desafiadores. Estudos são necessários para aprimoramento da terapêutica, uma vez que implica em alta morbimortalidade.

Palavras Chave

Rejeição, humoral, transplante, cardíaco, pediátrico