Dados do Trabalho

Título

COORTE RETROSPECTIVA DE AVALIAÇAO PSICOLOGICA DO DOADOR DE ORGAOS SOLIDOS PARA TRANSPLANTE

Introdução

A doação de órgãos intervivos é marcada por uma tênue linha entre o altruísmo e as representações simbólicas do impacto da decisão na vida do doador e do receptor. O significado atribuído à intenção em doar precisa ser avaliado precocemente e, uma vez realizada a doação, é preciso mensurar os impactos que o procedimento desencadeou no âmbito psicológico deste paciente

Relato do Caso

Coorte retrospectiva de avaliação de risco para ansiedade e depressão medida pela escala HADS e perguntas semiestruturadas, em pacientes submetidos a doação de órgãos para transplante. O instrumento classifica os pacientes de acordo com o grau de risco em: improvável (0 até 7 pontos), possível (8 até 11 pontos) e provável (12 até 21 pontos) para depressão e ansiedade. Os dados foram registrados entre 12/2020 e 06/2023 em formulário eletrônico enviado pela coordenação de transplante de um hospital transplantador de São Paulo.

Resultados

A amostra foi composta por 10 pacientes. 9 doadores de rim e 1 de fígado, a média da idade foi de 44 anos (variação de 31 a 72 anos), 2 doadores não relacionados. A média dos escores pré-doação foi de 4 para ansiedade e 2 para depressão (2 pacientes com provável ansiedade). No pós-transplante, a média dos escores foi de 3 para ansiedade e 2 para depressão (1 com provável ansiedade). 80% dos pacientes recomendariam a doação de órgãos a outras pessoas.

Discussão e Conclusões

O seguimento pós-alta do doador de órgãos representa uma importante estratégia para avaliar os impactos do procedimento na vida do indivíduo, além de oferecer estratégias de suporte para mitigar eventos relacionados ao sofrimento pós-doação. Os achados, oferecem ferramentas que instrumentalizam as equipes desde a avaliação pré-transplante, construindo estratégias de acolhimento e orientação deste paciente.

Palavras Chave

Transplante, Doador de Órgãos, Avaliação Psicológica