Dados do Trabalho

Título

RECIDIVA DE POLIANGEITE MICROSCOPICA EM TRANSPLANTE RENAL TARDIO

Introdução

A poliangeíte microscópica (PAM) é uma vasculite sistêmica de pequenos vasos relacionada a autoanticorpos citoplasmáticos antineutrófilos (ANCA) e é uma das principais causas de glomerulonefrite rapidamente progressiva.

Relato do Caso

Descrevemos o caso de uma mulher de 60 anos, transplantada renal de doador vivo HLA III há 15 anos, em terapia imunossupressora com Azatioprina (AZA), Tacrolimo (TAC) e Prednisona (PRED), com poliangeíte microscópica (PAM) como doença de base. Em janeiro de 2022, evoluiu com disfunção aguda do enxerto, atingindo o valor de 2,5 mg/dL de creatinina, cujo valor basal era cerca de 1,4 mg/dL, e com micronódulos pulmonares. Foi realizada biópsia do rim transplantado, apresentando glomerulonefrite pauci-imune, e dosagem sérica positiva para ANCA, evidenciando recidiva de PAM. Iniciou-se pulsoterapia com Ciclofosfamida e suspendeu-se a AZA. Obteve melhora do sedimento urinário, da relação proteína/creatinina e dos parâmetros da biópsia, mas manteve alteração na creatinina. Atualmente, mantém imunossupressão com TAC e PRED e dará início ao tratamento com Rituximabe.

Resultados

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Discussão e Conclusões

A PAM está entre as doenças autoimunes (DA) em que o transplante é a melhor opção terapêutica. As taxas de recidiva pós-Tx variam entre 17-50% após 5,4 anos, de etiologia renal ou não. No entanto, a taxa de sobrevida do enxerto renal em DA ultrapassa 65% após 5 anos, sendo de 94% nos casos de vasculites associadas à ANCA. O tratamento empregado promoveu melhora dos parâmetros histológicos, mas ainda não na creatinina basal. Há escassez de dados acerca de casos semelhantes, o que aponta para a importância de estudos que promovam melhor perspectiva sobre o prognóstico desses pacientes.

Palavras Chave

Poliangeíte microscópica
Autoanticorpos Citoplasmáticos Antineutrófilos (ANCA)
Transplante
Recidiva
Vasculite