Dados do Trabalho

Título

SARCOMA DE KAPOSI POS TRANSPLANTE HEPATICO: UM RELATO DE CASO

Introdução

O Transplante de órgãos está associado a um aumento do risco de neoplasias. Sarcoma de Kaposi (SK)corresponde a 5,7% dessas malignidades, sendo mais comuns em pacientes transplantados de fígado. A extensão visceral é vista em 10% dos casos e apresenta alta mortalidade, cerca de 60%, daí a importância de relatarmos o presente caso, de acometimento hepático, dada sua raridade.

Relato do Caso

Paciente masculino, 47 anos, diagnóstico de cirrose hepática de etiologia alcoólica, submetido a transplante hepático em junho de 2022. Seu regime de imunossupressão consistiu de Tacrolimus e Micofenolato de Sódio. 4 meses após o procedimento, paciente interna com icterícia acentuada e piora da bioquímica hepática. Excluídas outras causas, suspeitou-se de rejeição celular aguda, sendo realizada biópsia do enxerto, com histologia confirmando a hipótese. Optou-se por corticoterapia em regime de pulso na tentativa de resgate, porém paciente evoluiu com perda do enxerto, necessitando de retransplante hepático, quando nessa ocasião a análise histológica do explante confirmou Sarcoma de Kaposi.

Resultados

Com o diagnóstico, o estudo imunohistoquímico confirmou e complementou com a positividade de receptores para HHV-8, CD-34 e CD-31. Infelizmente o diagnóstico definitivo se deu pós mortem, dada a fragilidade clínica e má evolução do paciente.

Discussão e Conclusões

SK é cerca de 500 vezes mais comum em pacientes transplantados que na população geral. Descrito pela primeira vez em 1872 por Moritz Kaposi, a forma iatrogênica, ocasionada por imunossupressores, foi descrita pela primeira vez em 1969.
Redução ou suspensão da imunossupressão é a primeira opção de tratamento, porém cursa com com chance de rejeição e até perda do órgão transplantado.
Sendo assim, as possibilidades terapêuticas são complexas e requerem pesquisa e experiência.

Palavras Chave

Sarcoma de Kaposi, imunossupressão, transplante hepático