Dados do Trabalho

Título

DESFECHOS DE LONGO PRAZO DE TRANSPLANTE DE RIM COM DOADOR VIVO APOS INICIO DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA VERSUS TRANSPLANTE PREEMPTIVO.

Introdução

Objetivo: avaliar se o transplante preemptivo (TP) está associado a melhores desfechos de longo prazo em receptores de transplante de rim (RTxR) de doador vivo (DV).

Material e Método

Coorte com 1.355 RTxR de DV, transplantados entre 2011-16. Última data de acompanhamento: dezembro/2021. Os pacientes foram divididos em dois grupos: TP e após início de terapia renal substitutiva (Pós-TRS). Desfecho composto: taxa de filtração glomerular ≤30 ml/min (TFGe, CKD-Epi), perda do enxerto ou óbito. Para análise da associação entre o grupo (TP vs. Pós-TRS) ou o tempo em diálise com o desfecho combinado foram realizados modelos de Cox ajustados para sexo, raça, diabetes, hipertensão e tabagismo.

Resultados

Os receptores tinham 38,6 anos, 64,4% eram homens, a maioria tinha DRC de causa indeterminada (48%), com permanência em TRS por 26,1 meses. A frequência de TP foi de 18% (n=246). O tempo médio de acompanhamento foi de 53 meses. Ao final de 5 anos, as taxas de perdas e óbitos foram, respectivamente, 10,8% e 9,7%, e a média de TFGe foi de 56,2 ml/min. Estratificados pelos grupos, não houve diferença quanto à idade, porém mais homens foram submetidos ao Tx pós-TRS (65,7 vs. 58,5%) e havia mais brancos no grupo TP (73,6 vs. 53,3%). A proporção do desfecho combinado foi semelhante nos dois grupos: TP 19,1% vs. Pós-TRS 20,7%. Após ajustes, não foi observada uma associação entre o tipo de TxR ou o tempo em TRS e o desfecho combinado: TP vs. Pós-TRS, HR=1,08 (0,78-1,50); tempo de TRS < 6 meses HR sim vs. não = 0.98 (0.72-1.34); tempo de TRS < 12 meses, HR sim vs. não = 0.96 (0.57-1.62).

Discussão e Conclusões

Nesta coorte de RTxR de DV, o TP não foi associado à menor risco do desfecho composto por óbito, perda do enxerto ou função insatisfatória em até 5 anos de seguimento.

Palavras Chave

transplante preemptivo; doador vivo; função renal